Goiânia irá investir no cuidado à comunidade LGBTQIA+ em 2025
Com um plenário mais inclusivo, Goiânia terá iniciativas que garantem apoio à comunidade LGBTQIA+ para o ano de 2025
Com um plenário mais inclusivo, Goiânia terá iniciativas que garantem apoio à comunidade LGBTQIA+ para o ano de 2025. Votadas e aprovadas pelos vereadores de Goiás, conheça as novas ementas.
A lei de diretrizes orçamentárias (LDO), que trata das metas e prioridades do governo estadual, é o que determina para onde vai o dinheiro público. Para o ano de 2025, algumas ementas chamam a atenção:
Por iniciativa do vereador Fabrício Rosa (PT), haverá no ano que vem a implementação de um programa de hormonioterapia gratuita para pessoas transgêneras. Além disso, e tão importante quanto, será criada uma casa de acolhida de longa permanência de pessoas LGBTQIA+.
É importante lembrar, que a capital já avança na inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho. Rosa propôs, em maio deste ano, um projeto de lei com o objetivo de incentivar empresas da capital goiana a contratarem e promoverem a inclusão da comunidade LGBTQIA+.
O projeto que agora tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vem para combater a discriminação contra pessoas da comunidade. De acordo com Fabrício, “o ambiente de trabalho é um dos ambientes mais hostis. Essa hostilidade começa na seleção, no cadastro das pessoas”.
O vereador afirma que é frequente a não contratação de pessoas transgêneras, gays, lésbicas, pansexuais e afins. Isso pode acontecer quando essas pessoas não se adequam aos padrões de performatividade de gênero já instaurados pela sociedade.
A pesquisa realizada pela iO Diversidade, em parceria com o Instituto Locomotiva e a QuestionPro, demonstra dados sobre o ambiente de trabalho e a comunidade LGBTQIA+. Os dados mostram que quatro a cada dez pessoas da comunidade afirmam ter sofrido preconceito ou discriminação no trabalho.
Por que as ementas que apoiam a comunidade LGBTQIA+ são importantes?
Quando falamos dos impactos da pandemia na população, e colocamos em foco a comunidade LGBTQIA+, estamos abordando uma expressiva vulnerabilidade social. De acordo com um estudo feito pela plataforma #VoteLGBT com a Box1824, a taxa de desemprego entre as pessoas que integram a comunidade é de 17,15%, mas, quando analisadas apenas as pessoas trans, o percentual sobe para 20,47%.
Além disso, 41,53% da população LGBTQIA+ está em situação de insegurança alimentar. Em relação às pessoas trans, o percentual sobe para 56,82%. Isso quer dizer que uma casa de acolhida de longa permanência para essa população é imprescindível — itens básicos como moradia e alimentação garantem o acesso a dignidade pessoal.
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Pessoas trans estão mais vulneráveis a tais questões, e o acesso a hormônios deve ser fácil, feito de forma segura, e completamente assistido por profissionais da saúde. A automedicação de hormônios como estrogênio e testosterona pode acarretar diversos problemas de saúde. Assim, é imprescindível que o governo desenvolva meios de garantir o bem viver de todos.
O governo estadual estar finalmente olhando para pessoas da comunidade LGBTQIA+ é importante, mas não deve parar nisso. É essencial que essas iniciativas sejam apenas o começo da garantia de uma vida melhor a todas as pessoas, com mais emprego, alimentação saudável, moradia — tudo que torne o ser humano digno e necessariamente visto e tratado com respeito.