Cartório expõe esquema de corrupção em empréstimos agropecuários
Grupo é suspeito de causar prejuízo superior a R$ 40 milhões por meio de fraudes em financiamentos agropecuários
Uma operação da Polícia Federal (PF), denominada “Paper Land”, revelou a importância da atuação do cartório de Registro de Imóveis de Nova Crixás (GO) para colocar o fim em um esquema de fraudes envolvendo empresários, advogados e funcionários da Caixa Econômica Federal. O grupo é suspeito de causar um prejuízo superior a R$ 40 milhões por meio de fraudes em financiamentos agropecuários.
A ação foi descoberta pela ação rápida do cartório, que, depois de analisar, recusou o registro de uma Cédula de Crédito Rural suspeita. Esse ato provocou uma investigação aprofundada que resultou na operação da Polícia Federal.
Oficial de Registro de Imóveis de Nova Crixás, Jhonathan Estevam relatou ao Colégio Registral Imobiliário de Goiás (Cori-GO) como ele e sua equipe agiram diante da apresentação do documento que continha indícios de irregularidades.
“Durante a qualificação do título, notei a ausência de informações essenciais do documento e ainda a presença de vários dados inconsistentes. Ao examinar o documento, também constatei mais outro indício de irregularidade, relacionado a reconhecimento de firma”, explicou o Jhonathan Estevam.
Considerando a situação, o oficial noticiou os acontecimentos à autoridade policial competente e emitiu nota devolutiva informando a impossibilidade de registro até que a questão da suposta falsidade fosse esclarecida. O oficial prestou depoimento e forneceu os documentos à autoridade policial, que realizou a apreensão dos documentos e iniciou as investigações.
“Em todo o país mais de 13 mil cartórios trabalham para gerar segurança jurídica no ambiente de negócios de nosso país. Com as análises e filtros eles evitam lesões a direitos e conflitos futuros. São mais de 100 mil empregados diretos espalhados no país blindando os negócios de forma a constituir um verdadeiro seguro para as partes que usam nossos serviços”, diz Rodrigo Borba, presidente da Associação de Titulares de Cartórios Goiás (ATC-GO).