Brasil registra quase 1 milhão de casos de roubo e furto de celular em um ano
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 mostram que até 2022 o roubo era a modalidade mais comum para subtração de aparelhos, mas a partir de 2023 houve mais furtos
Ronilma Pinheiro
O roubo de celular consiste na apropriação indébita de um bem mediante emprego de violência ou ameaça, crime popularmente conhecido como assalto. A pena para este crime varia de 4 a 10 anos de prisão. Já o furto ocorre quando o bem é subtraído sem qualquer tipo de agressão e a pena é menor, de 1 a 4 anos. Em 2023, 937.294 brasileiros foram vítimas desses tipos de crimes e registraram boletins de ocorrência em diferentes delegacias do país. Foram quase 2 celulares subtraídos por minuto.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 apresentam uma análise das dinâmicas de como estes crimes ocorrem, na tentativa de compreender o problema para assim, dar respostas eficientes tanto para interrompê-los ou ao menos minimizá-los.
Segundo o levantamento, até 2022, o roubo era a modalidade mais comum para subtração de celulares. No entanto, a partir de 2023, na esteira da redução dos roubos de modo geral, há mais furtos de celular do que roubos. Entre 2018 e 2023, enquanto os roubos de celular tiveram queda de 21%, os furtos de celular tiveram crescimento de 13,7%.
Padrões dos crimes
Ao destacar os locais mais frequentemente citados nos casos de roubos e furtos de celular no país, o anuário detalha que nos casos dos roubos, as vias públicas como ruas e avenidas, representam 78% dos locais dos crimes. Já no caso dos furtos de celulares, as vias públicas responderam por 44% dos locais registrados do fato, seguidas dos estabelecimentos comerciais e de residências, onde ocorreram 14% e 13% das ocorrências desta categoria, respectivamente.
Na análise feita por Unidade da Federação as variações no local em que são cometidos os roubos de celulares são poucas. No caso dos roubos, o estado com a menor proporção de casos em via pública foi Tocantins, ainda assim sendo o local citado em 57,2% dos casos. No Distrito Federal, verificou-se a maior proporção de casos de roubo de celular na rua, com 93,9% dos casos.
O documento ressalta que Goiás foi o único estado que não apresentou nenhum detalhamento nos boletins de ocorrência, o que impediu análises sobre o perfil da vítima e do contexto dos crimes. Quando analisados por dias da semana, os furtos apresentam maior incidência aos sábados e domingos, somando 35% dos registros. Os roubos, por sua vez, são mais frequentes entre terça e sexta-feira.
Esses tipos de crimes são considerados pela literatura como crimes de oportunidades, ou seja, a exposição é definida pelo tempo em que os indivíduos permanecem em locais públicos, estabelecendo contatos e interações sociais. Além disso, o estilo de vida determina em que intensidade os demais fatores estão presentes em sua vida.
Os roubos de celulares também têm horários de picos, sendo mais incidentes nos horários em que as pessoas estão saindo de casa para o trabalho, escola ou faculdade e geralmente ocorrem entre 5h e 7h da manhã, ou entre 18h e 22h, quando essas pessoas estão retornando para suas casas no final do dia. Em contrapartida, os furtos ocorrem principalmente entre 10h e 11h e a partir do meio da tarde, entre 15h e 20h, quando há menos pessoas circulando pela cidade. (Especial para O Hoje)