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sábado, 10 de agosto de 2024
Eleições venezuelanas

Papa Francisco pede diálogo e verdade nas eleições da Venezuela

Papa Francisco pede diálogo e verdade nas eleições da Venezuela. “Faço um apelo sentido a todas as partes para que busquem a verdade, ajam com moderação, evitem qualquer tipo de violência, resolvam as controvérsias por meio do diálogo e tenham no coração o verdadeiro bem da população e não os interesses partidários”, declarou o pontífice […]

Postado em 4 de agosto de 2024 por Otavio Augusto
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Papa Francisco pede diálogo e verdade nas eleições da Venezuela. “Faço um apelo sentido a todas as partes para que busquem a verdade, ajam com moderação, evitem qualquer tipo de violência, resolvam as controvérsias por meio do diálogo e tenham no coração o verdadeiro bem da população e não os interesses partidários”, declarou o pontífice durante a oração dominical do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

As eleições de 28 de julho resultaram na afirmação do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) de que Nicolás Maduro conquistou votos suficientes para um terceiro mandato. Contudo, o CNE, controlado pelo chavismo, não apresentou as atas que comprovariam a vitória, levando a oposição a acusar o regime de fraude e a afirmar que o principal adversário de Maduro, Edmundo González, venceu a eleição.

Papa Francisco pede diálogo e verdade nas eleições da Venezuela
Protestos na Venezuela. Foto: Reprodução: Raul Aborleda

A divergência sobre os resultados eleitorais repercutiu na região na última semana. Países como Estados Unidos, Costa Rica, Equador, Peru e Uruguai declararam que houve fraude e não reconhecem a vitória de Maduro. A Argentina, que inicialmente considerou González o presidente eleito, recuou e afirmou que aguardaria a divulgação das atas. O Brasil, em nota conjunta com México e Colômbia, pediu a divulgação das atas e uma verificação imparcial dos resultados do pleito.

Nos últimos dias, manifestações contra Maduro tomaram as ruas da Venezuela. “Nunca estivemos tão fortes”, disse a líder opositora María Corina Machado, durante um protesto no bairro de Las Mercedes, em Caracas, no sábado (3). Segundo a contagem mais recente da ONG Foro Penal, que fornece assistência jurídica gratuita a presos políticos, 939 pessoas foram detidas desde segunda-feira (29), das quais 89 são adolescentes, e 11 foram mortas. A entidade acusa o regime de Maduro de prisões massivas e indiscriminadas. O regime, por sua vez, divulgou ter prendido 1.200 pessoas.

Maduro também convocou seus apoiadores a irem às ruas. No sábado (3), uma caravana de dezenas de motociclistas pró-governo percorreu as ruas do município de Sucre, no estado de Miranda, perto de Caracas. Manifestações em apoio ao governo e à oposição também foram registradas em várias outras cidades.

Papa Francisco pede diálogo e verdade nas eleições da Venezuela
Protestos intensos na Venezuela. Foto: Raul Aborleda

Papa Francisco pede diálogo e verdade nas eleições da Venezuela

A contestação dos resultados eleitorais na Venezuela não apenas aumentou a tensão interna, mas também envolveu outros países da região e além. A postura de não reconhecimento dos resultados por parte de várias nações aumenta a pressão sobre o regime de Maduro e coloca a situação venezuelana no centro das atenções internacionais.

Os Estados Unidos têm historicamente se posicionado contra o governo de Maduro e apoiado a oposição venezuelana. A recente eleição e as alegações de fraude reforçam essa posição, enquanto outros países da América Latina, como Costa Rica, Equador, Peru e Uruguai, também se alinham contra o resultado divulgado pelo CNE.

A nota conjunta emitida por Brasil, México e Colômbia, pedindo uma verificação imparcial dos resultados, destaca a necessidade de transparência e justiça no processo eleitoral venezuelano. Esse posicionamento busca uma solução pacífica e legítima para o impasse, evitando a escalada de violência e promovendo a estabilidade na região.

Reações e futuras ações

A reação internacional e as manifestações internas evidenciam a profunda divisão na sociedade venezuelana. O apelo do Papa Francisco por diálogo e moderação reflete a urgência de uma solução pacífica e negociada para a crise. A comunidade internacional continua a acompanhar de perto os desdobramentos na Venezuela, com a expectativa de que as partes envolvidas encontrem uma solução que respeite a vontade do povo venezuelano e garanta a paz e a estabilidade no país.

A situação na Venezuela permanece tensa, com um futuro incerto. As próximas semanas serão cruciais para determinar se o diálogo proposto pelo Papa Francisco será adotado pelas partes envolvidas e se a verdade e a justiça prevalecerão no processo eleitoral venezuelano.

 

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