Emoção e nostalgia na ‘Tour V Estações’
Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá encantam fãs com show que celebra o legado da banda, marcando presença tanto entre gerações antigas quanto novas
Na noite da última sexta-feira (2), o Goiânia Arena sediou uma celebração nostálgica que reafirmou o legado da Legião Urbana e sua capacidade de tocar corações ao longo das gerações. Como parte da ‘Tour V Estações’, os remanescentes da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, emocionaram uma multidão de fãs com um espetáculo memorável, atraindo grande entusiasmo especialmente entre os fãs de longa data.
Entre os presentes, Cláudio de Souza compartilhou suas impressões, destacando o impacto atemporal da música da banda. “O show foi ótimo. Inclusive, eu não havia entendido o porquê do show no Goiânia Arena, realmente eu não imaginava que eles ainda preservavam. Além da galera da minha geração também tinha adolescentes”, comentou Cláudio, ressaltando o impacto contínuo das músicas da Legião Urbana. “Eu vi muita gente que me parecia dessa faixa etária, para vocês terem uma ideia do quão a boa música cativa e transcende as gerações. Então, está aí o porquê do show ter sido lá, porque lá cabia mais gente, realmente estava muito cheio, uma galera animada”.
Ele também mencionou que, apesar de ser um fã da banda desde os anos 80, esta foi sua primeira vez assistindo a um show ao vivo dos integrantes remanescentes. “Até então só tinha ouvido. Quem nunca ouviu Legião na década de 80, na rádio FM, não é? Aliás, até hoje. Sempre gostei, gostei muito”. Ele elogiou a presença de palco de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá: “O que eu vi é que os caras têm uma boa pegada de palco. Tem uma boa presença. Inclusive, um deles lá usou a expressão no show que eu gostei, que eles estavam ali fazendo um som no pelo, que não usava de muito recurso tecnológico. Inclusive, ele falou que não tinha computador por lá”.
Outra fã, Glace Alves Moreira, também compartilhou sua experiência. “Foi fantástico, a experiência foi muito boa e todas as músicas que tocou eu conheço todas, cantei todas,” disse ela, expressando a emoção de ver pela primeira vez os integrantes originais da banda. Glace destacou: “Minha parte favorita do show foi quando começou, meu coração acelerou. Gostei da parte que cantou ‘Faroeste Caboclo’, sou fã demais de ‘Faroeste’. Senti falta de ‘Os Barcos’, mas assim, o encerramento com ‘Metal Contra as Nuvens’ encerrou com um salto de ouro”.
O repertório do show trouxe uma resposta entusiasmada do público a clássicos como ‘Pais e Filhos’ e ‘Tempo Perdido’. Cláudio destacou especialmente ‘Faroeste Caboclo’: “Eu vou dizer uma coisa, pra mim a música que mais chama a atenção nos shows é uma música muito longa e a galera canta do começo ao fim, que é ‘Faroeste Caboclo’. A música virou antológica da banda, eu não sei o que é, eu não sei se é assim na região sudeste, no sul e outras regiões, mas aqui na região centro-oeste a gente percebe que todo mundo conhece essa música”.
Cláudio também refletiu sobre o impacto cultural e político das músicas da Legião Urbana: “Eles influenciaram a cultura musical na medida que conseguiram levar uma letra mais politizada, onde as propostas não conseguiam entrar até então. Levaram através da cultura, através da música, esse conteúdo, além do conteúdo melódico e de tudo que é inerente à boa música”.
Sobre a turnê
Dado e Bonfá têm se reunido desde 2015 para homenagear o legado do grupo, que teve Renato Russo como líder. A turnê trouxe uma oportunidade única para os fãs reviverem os sucessos que marcaram a história do rock nacional. Acompanhados por André Frateschi (vocal e bateria), Mauro Berman (baixo e teclados, além da direção musical), Lucas Vasconcellos (guitarra e violão) e Pedro Augusto (teclados), a banda conduz o público por uma viagem nostálgica. Dado Villa-Lobos explicou que o show é dividido em cinco blocos, representando os quatro elementos da vida – terra, água, fogo e ar – e um quinto elemento, a espiritualidade.
Marcelo Bonfá destacou a importância da conexão com o público: “Essa ideia de comemorar, celebrar os trinta anos de cada álbum, e juntar de novo uma banda, subir nos palcos e reencontrar o público, foi algo muito emocionante; a gente pôde perceber que tudo o que fez esses anos todos ainda tem uma relevância grande”.
Para André Frateschi, que assume a difícil tarefa de interpretar as canções eternizadas por Renato Russo, o sentimento é de transformação a cada apresentação. “A sensação que eu tenho quando estou ali com as pessoas, com a banda e com quem está assistindo é de conexão, uma coisa humana, quente, verdadeira, que atinge a gente de verdade. Eu saio transformado de todo show!”
Repertório
O repertório incluiu sucessos como ‘Há Tempos’, ‘Meninos e Meninas’, ‘Sereníssima’, ‘Eu Sei’, ‘Quase Sem Querer’, ‘Eu Era um Lobisomem Juvenil’, ‘Sete Cidades’ (cantada por Dado Villa-Lobos), ‘O Mundo Anda Tão Complicado’, ‘O Teatro dos Vampiros’ (cantada por Marcelo Bonfá), ‘Vento no Litoral’, ‘Por Enquanto’ (cantada por Bonfá), ‘Tempo Perdido’, ‘Índios’ (cantada por Dado), ‘Será’, ‘Faroeste Caboclo’, ‘1965 (Duas Tribos)’, ‘Soldados’ e ‘Loop Love Song’. A apresentação continua com ‘Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar’ (cantada por Bonfá), ‘Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto’ (cantada por Dado), ‘Pais e Filhos’ e ‘Monte Castelo’, encerrando com o bis ‘Metal Contra as Nuvens’.