Goiânia está sem chuvas há 101 dias, em outras regiões mais afastadas da capital esse registro é um pouco maior, com quase 110 dias em algumas zonas, com isso a diminuição da umidade do ar vem sendo sentida desde junho. André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), explicou que sem chuvas a situação é bastante complexa, principalmente por causa dos resquícios do El Niño que trouxe um período chuvoso bastante conturbado.

“Nós tivemos aquele corte nas chuvas em meados de abril e agora uma sequência de dias sem chuvas e isso vem trazer uma redução abrupta na questão da umidade relativa do ar”, falou o especialista.

André pontuou que a dificuldade de respirar e olhos bastante irritados são sentidos nesse período, principalmente para os seres humanos e que os animais também sentem. Outro fator relatado é que a umidade nativa é de 21%, e que quase todos os municípios estão em nível de alerta, já que esse número deveria estar em torno de 50% a 60% de mínima, e que a umidade relativa do ar pode atingir a marca de 10%. 

A amplitude térmica onde o dia amanhece um pouco mais ameno, com as temperaturas mais baixas, e durante o dia ela aumenta causa uma diferença de temperaturas muito rápidas, fator que quando somado com a baixa umidade, colabora com o aumento da sensação térmica. “Então nós estamos alcançando 31°, 32°, mas a umidade relativa do ar muito baixa acaba virando uma panela de pressão.”

O Gerente da Cimehgo explicou que por enquanto não existe um prognóstico de chuvas para o Estado de Goiás. Apesar que tem uma frente fria que vai estar atuando essa semana. “Só que nós temos que entender que nós temos um bloqueio atmosférico que está impedindo que essa frente fria chegue aqui.” 

“Então por enquanto os prognósticos não estão demonstrando essa chuva chegando aqui no estado de Goiás. Mas o que está trazendo um pouco de alento ou pelo menos minimizando os efeitos é que as nossas noites ainda estão mais agradáveis por enquanto.” 

As temperaturas estão amenas pela manhã, o Cimenhgo tem observado 14° a 15° logo pela manhã. Mas a tendência é que essas temperaturas depois dos primeiros quinze dias fiquem um pouco mais elevadas. 

“Mas para o próximo final de semana, os prognósticos já demonstram o recuo porque a  frente fria vai se deslocar pro oceano e vai vir uma massa de ar polar”, explicou André Amorim. 

O profissional ainda esclareceu que essa massa de ar polar pode trazer temperaturas um pouco mais baixas do que as que estão sendo observadas. “Até um pouco diferente para esse mês de agosto. Não quer dizer que seja impossível acontecer. Mas essa temperatura mais baixa vai garantindo aí uma sobrevida.”

A médica pneumologista, Daniela Campos esclareceu que com o tempo seco e a umidade muito baixa, gripes, resfriados, pneumonias que são mais graves, são comuns nesse período do ano. E que é preciso se atentar às principais doenças respiratórias. “Então o paciente tem rinite alérgica, tem que umidificar mais essa via aérea, rinite, sinusite, paciente com bronquite asmática, agrava mais nessa época do ano”

A instrução dada pela especialista é de que os pacientes com problemas respiratórios devem se atentar à medicação, e ter cautela para não esquecer de  a ingerir. Colocar umidificador no quarto, uma bacia com água ou uma toalha molhada além de lavar bem as vias aéreas com soro fisiológico,são recomendações feitas pela pneumologista, evitar academia depois das 10 horas da manhã por causa do tempo seco também é indicado.