Coordenadora de campanha da oposição venezuelana é detida após crítica ao Governo
Oropeza realizou uma transmissão ao vivo, na qual mostrou uma escada coberta por grades e afirmando que não fez nada de errado
Na noite desta terça-feira (6), María Oropeza, coordenadora regional da campanha do bloco de oposição venezuelana, foi detida. A informação foi confirmada pelo partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado. Oropeza, que é responsável pela campanha de Edmundo González no estado de Portuguesa, no noroeste da Venezuela. Anteriormente ela coordenava a campanha de María Corina antes que a oposicionista fosse proibida de se candidatar à presidência em janeiro, pelo Tribunal Supremo venezuelano, que é aliado ao governo de Maduro.
Após sua detenção, Oropeza realizou uma transmissão ao vivo, na qual mostrou os policiais invadindo sua casa e tomando o celular dela, no vídeo ela afirma que não fez nada de errado. De acordo com o Vente Venezuela, ela foi retirada de um imóvel em Portuguesa durante a noite, pouco depois de publicar nas redes sociais uma crítica à nova linha telefônica do governo para denúncias de crimes de ódio contra o presidente Nicolás Maduro.
O partido também denunciou que a invasão ao imóvel ocorreu sem ordem judicial. María Corina Machado apelou aos moradores de Guanare para que se dirigissem à avenida 17 com a rua 8, onde, segundo ela, as autoridades do regime planejavam prender Oropeza.
Prisão da oposição
Na quinta-feira (1), Nicolás Maduro afirmou ter detido mais de 1.200 pessoas após os protestos que eclodiram após a eleição venezuelana em 28 de julho. Além disso, prometeu capturar mais mil indivíduos. Três dias após a eleição, Maduro havia declarado que María Corina Machado e Edmundo González deveriam estar atrás das grades e garantiu que a justiça os alcançaria.
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), qualificou a prisão de Oropeza como um exemplo de irracionalidade repressiva. Em sua conta na rede social X, Almagro destacou que a detenção de María Oropeza se junta ao longo histórico de acusações de crimes contra a humanidade atribuídos ao regime de Maduro, que já conta com mais de 1.000 prisões resultantes de perseguições políticas. Ele enfatizou a necessidade de interromper essa repressão de forma imediata.