Felipe Cardoso e Francisco Costa

O governador Ronaldo Caiado (UB) vai se dedicar de maneira mais intensa às movimentações regionais nos próximos dias. Conforme informado por fontes palacianas, o gestor tem se preparado para brigar com unhas e dentes pelos candidatos de seu partido político, o União Brasil. 

Caiado, todos sabem, tem planos sólidos para a disputa de 2026, quando tentará chegar à cadeira atualmente ocupada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A missão será, sem dúvidas, a mais desafiadora de sua trajetória política. Sabendo que o caminho é árduo e que deverá enfrentar com energia o desafio do desconhecimento, Ronaldo Caiado tem buscado se projetar de diferentes maneiras à nível nacional. 

Não à toa, protagonizou os debates relacionados à reforma tributária ao se levantar Brasil afora como uma das principais vozes de oposição ao texto. Ele também apareceu por diferentes situações e em diversas reportagens como o gestor “modelo” no quesito segurança pública. 

Caiado prega, sem titubear, a ideia de que foi o único governador que enfrentou o problema da segurança de frente,  varrendo, segundo ele, a criminalidade do Estado. E, de fato, os dados relacionados à redução dos crimes tem dado a ele a oportunidade de se projetar como alguém que, de fato, fez a diferença na vida dos goianos. E mais: de almejar fazer o mesmo pelo Brasil. 

Apesar da importância desse trabalho de projeção, Caiado optou por dar uma pausa nos compromissos nacionais para ajudar, nos próximos dias, quem o ajudou a terminar reeleito com folga em 2022: os prefeitos. O comentário é que o governador vai arregaçar as mangas na briga pelos aliados. 

Conforme já mostrado pela reportagem, partidos como União Brasil e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm a expectativa de dominar o montante de prefeitos eleitos pelo Estado. Em 2020, vale lembrar, o então DEM, do gestor estadual, foi o grande vencedor das disputas em Goiás em outubro.

O DEM, que se fundiu com o PSL para criar o União Brasil, conseguiu eleger 62 prefeitos naquele ano. O número representou 48,06% de todos os candidatos da legenda, em 2020. Hoje, o União Brasil terá aproximadamente 140 nomes pelo Estado. 

Para 2026, o governador Ronaldo Caiado pretende elevar a eficiência de eleitos. Com o fim das convenções, na última segunda-feira (5), será possível saber a representatividade de cada legenda no páreo. 

Caiado tem uma ampla quantidade de nomes filiados à legenda. A manobra é vista como uma forma de fortalecimento para a futura eleição.  Segundo o professor e cientista político, Marcos Marinho, essa estratégia do Caiado pode ser enxergada por vários ângulos. Ele aponta que o gestor quer tornar o União Brasil o partido mais forte do Estado e tenta criar uma capilaridade, inclusive, que sempre foi do MDB. 

“Talvez, na perspectiva de que, fortalecendo a União Brasil, vai ter o partido mais capilarizado em 2026 para fazer campanha para presidente”, avalia. Para Marinho, existe um problema de coligação. “Quando o partido é muito grande, ele não tem com quem coligar.” 

Ao levar seu nome como uma possibilidade real para 2026, o governador tenta, ao mesmo tempo, se apresentar como uma alternativa mais viável que os também gestores estaduais, Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Júnior (Paraná), nomes tidos como possíveis representantes da direita nas eleições daquele ano.