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segunda-feira, 12 de agosto de 2024
Entrega cancelada

Greve dos Correios: Trabalhadores de nove estados iniciam greve

Os Correios lembraram que, até o final do governo Jair Bolsonaro (PL), a empresa estava em processo de privatização, o que gerou incertezas para os trabalhadores

Postado em 12 de agosto de 2024 por Herbert Alencar
Correios
Imagem: correios Reprodução @sintect_df

Funcionários dos Correios em nove estados iniciaram uma greve por tempo indeterminado na última quarta-feira (7). A paralisação, que envolve trabalhadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins, acontece devido a reivindicações por reajuste salarial e mudanças no plano de saúde da estatal.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, que juntos concentram cerca de 40% do efetivo dos Correios e 60% do fluxo postal do país, a greve já provoca impactos significativos. De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect), o programa de entrega de leite da Prefeitura de São Paulo foi suspenso, e setores de entrega de encomendas no Rio de Janeiro estão completamente paralisados.

Impactos da greve nos Correios

Apesar da paralisação, os Correios garantem que as operações continuam normalmente em todo o país, com 92% do efetivo em atividade até a última sexta-feira (9). A estatal também afirmou que todas as agências permanecem abertas e que medidas como remanejamento de profissionais e realização de horas extras foram implementadas para reduzir os efeitos da greve.

Douglas Melo, diretor de Comunicação da Findect, afirmou que a greve foi o último recurso após meses de negociações sem sucesso. Os trabalhadores exigem, entre outras coisas, um reajuste salarial de 5% ainda este ano e um aumento de R$ 300 de forma igualitária para todos os funcionários. Segundo Melo, esse aumento linear visa diminuir a disparidade salarial dentro da empresa, onde o maior salário é 30 vezes superior ao menor.

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Outra demanda dos trabalhadores envolve o plano de saúde corporativo. Eles solicitam a redução do desconto salarial relativo ao plano e a diminuição da coparticipação em consultas e exames de 30% para 15%. Melo destacou que cerca de 20 mil funcionários já deixaram o plano de saúde, com uma média de quase mil desligamentos mensais.

Em contrapartida, os Correios propuseram um reajuste salarial de 6,05% a partir de janeiro de 2025 e um aumento de 4,11% nos benefícios já neste mês. Além disso, a empresa anunciou que o plano de saúde dos funcionários está sendo revisado para atender à demanda de redução da coparticipação. Também foi oferecido um aumento de 20% na remuneração de motociclistas e motoristas.

Os Correios lembraram que, até o final do governo Jair Bolsonaro (PL), a empresa estava em processo de privatização, o que gerou incertezas para os trabalhadores. No entanto, a estatal destacou que o governo Lula retirou a empresa do programa de desestatização, reabriu o diálogo com os sindicatos, resgatou mais de 40 cláusulas do acordo coletivo e firmou um novo acordo, algo que não ocorria há sete anos.

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