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segunda-feira, 12 de agosto de 2024
Luto

Morre Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, aos 96 anos

Ele se encontrava internado, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo

Postado em 12 de agosto de 2024 por Luana Carvalho
Delfim
Delfim Netto foi uma figura proeminente na política econômica brasileira. | Foto: Werther Santana

O ex-ministro Antônio Delfim Netto faleceu na madrugada desta segunda-feira (12/8), aos 96 anos, em decorrência de complicações de saúde. O economista estava internado desde a semana passada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Delfim Netto foi uma figura proeminente na política econômica brasileira. Ocupou os cargos de ministro da Fazenda de 1967 a 1974, ministro do Planejamento de 1979 a 1985 e ministro da Agricultura em 1979. Também exerceu a função de embaixador do Brasil na França entre 1975 e 1977.

Nascido em São Paulo no dia 1º de maio de 1928, Delfim Netto formou-se em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1951 e rapidamente se destacou como professor da instituição. Seus trabalhos acadêmicos e de pesquisa, focados em problemas da economia brasileira e planejamento governamental, o levaram a uma carreira influente na administração pública.

Entre 1967 e 1974, Delfim Netto foi uma peça chave no período conhecido como “Milagre Econômico”, durante os governos de Costa e Silva e Médici. Sua gestão foi marcada por um crescimento econômico acelerado, com taxas anuais de 11%, mas também por políticas que, segundo críticos, contribuíram para problemas estruturais na economia do país, como a concentração de crédito no agronegócio e na indústria, e a construção de grandes obras como a Rodovia Transamazônica.

Mais recentemente, em 2018, Delfim Netto voltou a ser notícia quando foi investigado pela Operação Lava Jato. A força-tarefa da operação alegou que ele recebeu R$ 15 milhões de Antonio Palocci, sendo que pelo menos R$ 4,4 milhões teriam sido pagos por meio de contratos fictícios de consultoria. Delfim Netto negou as acusações, afirmando que os serviços foram efetivamente prestados.

A morte de Antônio Delfim Netto encerra uma longa e controversa trajetória na política e na economia brasileira. Ele deixa um legado significativo, mas também uma memória complexa marcada por conquistas e polêmicas.

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