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sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Posicionamento

China declara apoio ao Irã na ‘defesa da soberania e segurança’

Líder do Hamas é assassinado e declaração condena ato de violência

Postado em 13 de agosto de 2024 por Tathyane Melo
Líder do Hamas é assassinado e declaração condena ato de violência | Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, declarou apoio ao Irã. Ele se posicionou na defesa da “soberania, segurança e dignidade nacional” em meio à tensão do Oriente Médio com Israel. O posicionamento foi externado durante uma conversa diplomática do chanceler chinês com o equivalente iraniano interino, Ali Bagheri Kani. A reunião aconteceu no último domingo (11), e publicado na imprensa oficial chinesa.

A princípio, a declaração chinesa apenas condena o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, sem fazer menções a Israel. Nela é dito que apoia o Irã nos “esforços para manter a paz e a estabilidade regional”. “China apoia o Irã na defesa de sua soberania, segurança e dignidade nacional de acordo com a lei, e apoia o lado iraniano em seus esforços para manter a paz e a estabilidade regionais”, diz o texto.

Segundo o comunicado, Wang Yi e Bagheri Kani conversaram sobre a situação geopolítica na região. Essa piorou desde o assassinato de Haniyeh, atribuído a Israel, embora o país não tenha assumido a autoria de maneira aberta. Desde então, o Irã diz que a ação feriu a soberania nacional. E acusa Israel de promover a violência na região e promete uma retaliação contra o país nos próximos dias.

As ameaças levaram os Estados Unidos, maior aliado de Israel, a deslocar um submarino e um porta-aviões para reforçar a defesa israelense e dissuadir o conflito. Um grupo de países do Ocidente também pressionam o Irã. Eles pedem que não prossigam com a retaliação, mas o país rejeitou o apelo em um comunicado oficial nesta terça (13).

Declarações

A declaração da China cita o Irã como um “parceiro estratégico” no Oriente Médio. Diz-se que o assassinato de Haniyeh no território iraniano violou as normas das relações internacionais. “A China se opõe firmemente e condena fortemente o ato de assassinato (de Ismail Haniyeh) e o considera uma violação grave das normas básicas das relações internacionais, uma grave violação da soberania, segurança e dignidade do Irã e enfraquecimento direto do processo de negociação de cessar-fogo em Gaza, bem como um impacto na paz e estabilidade regionais”, diz o texto.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã também emitiu um comunicado. A informação é sobre a conversa entre dois chanceleres sobre o ataque israelense na Escola Al-Tabin, que matou mais de 90 palestinos na Faixa de Gaza no sábado. A China, no entanto, não fez menção oficial a esse episódio. Na declaração, o Irã agradece o apoio chinês e o papel exercido por Pequim na crise Israel-Palestina, que considera imparcial.

A China tem reiterado o pedido para a comunidade internacional para aumentar a pressão sobre as partes envolvidas para implementar resoluções do Conselho de Segurança da ONU e criar condições para um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza. Ainda segundo o comunicado oficial iraniano, Bagheri Kani reiterou a Wang Yi a posição oficial do país de retaliar a ação de Israel. “A República Islâmica do Irã tem o direito inerente e legítimo de defender sua integridade territorial e soberania contra a agressão do regime sionista”, diz a declaração.

Diálogo com outros países

A conversa entre Bagheri Kani e Wang Yi fez parte de uma série de telefonemas diplomáticos do Irã após o assassinato de Haniyeh, que o país atribui a Israel. Bagheri Kani também conversou com os chanceleres da Itália, Holanda e Indonésia nos últimos dias e fez uma declaração para rejeitar o apelo de França, Reino Unido e Alemanha de não prosseguir com uma ação contra Israel.

De acordo com os comunicados oficiais do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bagheri Kani reiterou a todos os chanceleres que o país teve a segurança e a soberania nacional violadas e por isso tem o direito de retaliar Israel. Nesta terça-feira, a agência de notícias iraniana Mehr afirmou que o país está realizando exercícios militares no norte em preparação para a retaliação. À retaliação iraniana se somam as ameaças do grupo militante Hezbollah, sediado no Líbano e aliado do Irã, que teve um de seus comandantes, Fuad Shakur, assassinado em um ataque israelense nos subúrbios de Beirute em julho.

O Hezbollah também tem afirmado que vai retaliar a ação e pode coordenar o ataque junto com Teerã. Israel comunicou ao Irã e ao Hezbollah que atacar centros civis seria considerado uma linha vermelha para uma guerra ampla no Oriente Médio. O Irã atacou Israel em abril deste ano com mísseis e drones. Entretanto, a ofensiva foi neutralizada pela defesa aérea do país e por nações aliadas. Os negociadores se encontrarão ainda esta semana em Doha, no Catar.

Com informações da Agência Estado

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