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sábado, 21 de dezembro de 2024
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Saúde

Febre Oropouche: saiba quais são sintomas e tratamentos da nova doença viral

Pelo menos 22 Estados registraram casos, segundo o Ministério da Saúde. Até o momento, não há registros em Goiás

Postado em 13 de agosto de 2024 por Ronilma Pinheiro

Ronilma Pinheiro

Após o Ministério da Saúde anunciar casos de Febre Oropouche em pelo menos 22 estados brasileiros, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) monitora o estado. Até o momento, não há registros da doença em Goiás. Porém, nos últimos meses, uma doença viral tem causado preocupação entre especialistas em saúde no Brasil. Este novo desafio sanitário foi detalhado pelo médico infectologista Marcelo Daher, que explicou à reportagem do jornal O HOJE, os mecanismos de contaminação, sinais e sintomas, além das estratégias de tratamento e contenção.

A Febre Oropouche é uma doença viral transmitida principalmente por mosquitos. Diferentemente da dengue e chikungunya, que são transmitidas pelo Aedes aegypti, o vetor principal dessa infecção é o mosquito Culex. “Este mosquito possui comportamentos diferentes e é comum em áreas rurais e silvestres”, explica Daher. O Culicoides paraensis, conhecido como maruim também transmite a doença e, é especialmente relevante, sendo ativo durante todo o dia e causando grande incômodo.

A transmissão ocorre quando um maruim contaminado pica um ser humano, transmitindo o vírus que ele carrega. Este vírus foi inicialmente descoberto na década de 1960, em um bicho-preguiça, e desde então, vários casos foram relatados em humanos. “É um vírus que reside em ambientes silvestres, e quando pica um humano, a infecção pode ocorrer”, destaca Daher.

Os sinais e sintomas da Febre Oropouche  são bastante semelhantes aos da dengue e chikungunya, o que pode causar confusão durante o diagnóstico. “Pacientes apresentam febre alta, dor de cabeça intensa, dores no corpo, dores atrás dos olhos e, em alguns casos, diarréia e manchas na pele”, detalha. Estes sintomas semelhantes tornam o diagnóstico clínico desafiador, especialmente em áreas onde dengue e chikungunya são endêmicas.

A semelhança dos sintomas entre estas doenças requer uma abordagem diagnóstica cuidadosa. “Além da história clínica, é essencial realizar exames laboratoriais para confirmar a doença e descartar outras possibilidades”, frisou o infectologista.

A enfermidade inicialmente confinada à região norte do Brasil, tem se espalhado rapidamente para outras regiões, incluindo nordeste, sudeste e centro-oeste. “Estamos vendo um aumento preocupante no número de casos em diversas cidades do País”, afirmou Daher. A expansão da doença se deve, em parte, à distribuição do pernilongo comum – Culex – por todo o território nacional.

Daher alerta que a disseminação do vírus pode levar a novos surtos ou até mesmo epidemias em diferentes regiões. “A capacidade de adaptação e disseminação do mosquito vetor é uma grande preocupação, pois ele pode levar a doença a áreas urbanas densamente povoadas”, explicou.

Atualmente, não existe um tratamento específico para a Febre Oropouche. “Os cuidados são principalmente sintomáticos, focando no alívio da febre, dor e mal-estar”, disse o infectologista. Medicamentos analgésicos e antitérmicos são comumente utilizados para tratar os sintomas.

A importância do diagnóstico preciso não pode ser subestimada. “Diagnosticar corretamente a doença é crucial para a implementação de medidas de contenção adequadas”, destacou o infectologista. Essas medidas incluem controle de vetores, campanhas de conscientização e educação da população sobre os riscos e medidas preventivas.

Diante de sintomas suspeitos, Daher recomenda buscar atendimento médico imediato. “Procurar uma unidade de saúde para avaliação e exames é fundamental para detectar a doença precocemente e evitar sua disseminação”, enfatizou. (Especial para O Hoje) 

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