Grupo de falsos prestadores de serviço furta 1,4 km de cabos de cobre
Ramon Assis, proprietário da MA, afirmou que a empresa está fechada desde 2023, embora o CNPJ ainda esteja ativo
Um grupo de homens vestidos como prestadores de serviços bloqueou uma avenida com cones e sinalizadores luminosos, simulando uma manutenção preventiva, e roubou cerca de três toneladas de fios de cobre, o equivalente a 1,4 km de cabos de telefonia. No dia seguinte, os 45 mil habitantes de Salto de Pirapora, perceberam a falta de telefonia e internet. Isso gerou uma série de reclamações aos canais de atendimento da Vivo. O prédio da prefeitura também foi afetado. O caso aconteceu na quarta-feira (31), a 124 km da capital paulista.
Um representante da Vivo reduziu o impacto do crime ao notar o desaparecimento dos cabos e acionar a Guarda Municipal. A Polícia Militar (PM) identificou os veículos usados na ação e localizou o grupo em outro ponto da cidade, prestes a agir novamente.
Na quinta-feira (1), os agentes abordaram Aryel Wolf Gang Ramos de Andrade, 33 anos, e ele apresentou uma ordem de serviço da empresa MA. Serviços de Internet Ltda., do Rio de Janeiro, alegando que retiraria os cabos da rede para substituí-los por novos. Andrade também afirmou que a empresa MA prestava serviços para Telecom, Telemar e Oi. A empresa existe e tem um CNPJ ativo, porém a ordem apresentada era falsa.
Além dos documentos que indicavam a ordem de serviço, Andrade apresentou uma autorização oficial para o fechamento parcial de vias para a remoção dos cabos subterrâneos. A situação mudou quando o representante da Vivo chegou ao local e informou aos policiais que a Vivo não havia emitido nenhuma ordem, nem para a MA. O representante também explicou que a sua empresa é a única no estado de São Paulo com concessão para cabeamento subterrâneo, confirmando que a ordem era falsa.
Investigação
A polícia encontrou em um galpão em Araçoiaba da Serra, uma cidade vizinha, todo o material roubado, que ainda tinha as marcas de identificação da Vivo. Dezessete suspeitos foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos. Entre os documentos apresentados durante a abordagem, apenas a autorização para o fechamento parcial de ruas era verdadeira. Os demais documentos, incluindo a licença municipal, eram falsos.
Ramon Assis, proprietário da MA, afirmou que a empresa está fechada desde 2023, já o CNPJ ainda esteja ativo. Segundo ele, durante os quatro anos de atividade, a empresa nunca trabalhou no estado de São Paulo.
O delegado plantonista de Votorantim, que recebeu o caso, decidiu não realizar a prisão em flagrante do grupo. Ele encaminhou o inquérito para a equipe de Salto de Pirapora, que continuará a investigação.