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quinta-feira, 15 de agosto de 2024
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Prisão

Rússia condena mulher a 12 anos de prisão por doar US$ 50 para a Ucrânia

Apoiadores de Karelina afirmam que o valor doado, que foi de US$ 51,80, destinou-se à Razom for Ukraine, uma instituição de caridade de Nova York

Postado em 15 de agosto de 2024 por Leticia Marielle
Rússia condena mulher a 12 anos de prisão por doar US$ 50 para a Ucrânia
Rússia condena mulher a 12 anos de prisão por doar US$ 50 para a Ucrânia. | Foto: Divulgação

Uma mulher de 32 anos recebeu uma condenação de 12 anos de prisão na Rússia após fazer uma doação de US$ 50 para uma instituição que apoia a Ucrânia. Ksenia Karelina, cidadã americana que vive nos EUA desde 2012, enfrentou um julgamento por “alta traição” em meio a uma série de casos semelhantes surgidos desde o início da guerra.

O tribunal regional de Sverdlovsk, localizado nos Urais, conduziu o julgamento de Karelina a portas fechadas. O mesmo tribunal já havia condenado um repórter do Wall Street Journal por espionagem em julho.

Na quinta-feira (15), Karelina compareceu ao tribunal vestindo uma camiseta branca e calças jeans, sentada em uma jaula de vidro. A corte alegou que sua condenação se baseou na doação realizada em 24 de fevereiro de 2022, no início da invasão russa à Ucrânia, a uma ONG pró-Kiev.

A acusação afirma que a organização ucraniana usou os fundos doados para adquirir equipamentos e munições para as Forças Armadas da Ucrânia. No entanto, os apoiadores de Karelina afirmam que o valor doado, que foi de US$ 51,80, destinou-se à Razom for Ukraine. Essa é uma instituição de caridade de Nova York que oferece ajuda humanitária a crianças e idosos na Ucrânia, e não para suporte militar.

Defesa e como foi detida

Em uma carta divulgada por seu advogado, Karelina agradeceu o apoio recebido durante o processo. Nativa de Yekaterimburgo, na Rússia, Karelina imigrou para os Estados Unidos em 2012 e obteve a cidadania americana em 2021. Ela havia retornado à Rússia em fevereiro deste ano para visitar sua avó, e durante sua estadia, as autoridades descobriram a doação em seu celular. Após o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) a interrogar, proibiram-na de deixar a cidade e a detiveram por vandalismo por 15 dias. Pouco antes da sua liberação, enfrentou novas acusações de traição.

Família e amigos de Karelina, que descrevem a mulher como indiferente à política, expressaram surpresa com sua prisão. Seu namorado, Christopher van Heerden, informou que entrou em contato com o Departamento de Estado dos EUA e com a embaixada americana em Moscou na tentativa de obter sua libertação.

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