O Hoje, O melhor conteúdo online e impresso - Skip to main content

quinta-feira, 15 de agosto de 2024
PublicidadePublicidade
Acidente Aéreo

“O que está acontecendo?”, perguntou copiloto antes da queda de avião

Gravador de voz da cabine do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP) registrou pergunta de copiloto antes da perda de sustentação da aeronave

Postado em 15 de agosto de 2024 por Luana Carvalho
No último registro de altitude, a aeronave estava a 5.190 metros| foto: Secretaria de Segurança de São Paulo/Divulgação

O gravador de voz da cabine do voo ATR-72 da VoePass, que caiu em Vinhedo, São Paulo, na sexta-feira (9/8), capturou o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva questionando o piloto Danilo Romano sobre o que estava acontecendo, ao perceber a perda de sustentação da aeronave. A tragédia resultou na morte de todos os 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo.

Na gravação, o copiloto pede para “dar potência” em uma tentativa de estabilizar o avião e evitar a queda, mas sem sucesso. Segundo informações exclusivas obtidas pela TV Globo, cerca de um minuto separou a constatação da perda de altitude e o impacto da aeronave com o solo. Durante esse tempo, a tripulação fez tentativas de reagir, mas a gravação termina com gritos e o som do choque.

Investigação

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), transcreveu cerca de duas horas de áudio. A FAB relatou que, às 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo e não declarou emergência ou relatou condições meteorológicas adversas. No último registro de altitude, a aeronave estava a 5.190 metros. Um minuto depois, a altitude caiu para 1.250 metros, indicando uma perda de cerca de 4 mil metros.

Os investigadores destacam que a análise preliminar dos dados mostra uma perda repentina de altitude, mas o áudio da cabine não revela uma causa específica para a queda. A FAB prevê concluir o relatório técnico preliminar em 30 dias. A investigação criminal conduzida pela Polícia Federal pode levar mais de um ano para identificar possíveis crimes e suspeitos, dependendo dos laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC).

Identificação das vítimas

O Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo já identificou 60 das 62 vítimas do acidente. Os profissionais identificaram a maioria dos corpos por impressões digitais e reconhecimento pelos parentes. Até o momento, 30 corpos foram liberados para sepultamento. Ainda não foram divulgados os nomes das vítimas identificadas. Familiares das vítimas estão sendo chamados para reconhecimento no Instituto Oscar Freire, próximo ao IML.

A força-tarefa segue trabalhando na identificação dos corpos e no suporte às famílias afetadas pela tragédia.

Veja também