Em um ano, quantidade de corretores de imóveis cresceu 10% em Goiás
2.689 novos profissionais entraram em uma área que contam com 39.622 corretores
O segmento da construção civil talvez seja uma das áreas que mais crescem em Goiás. Basta transitar pelas ruas de Goiânia para testemunhar a crescente quantidade de empreendimentos na cidade. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, entre os meses de janeiro de 2023 ao mesmo mês de 2024, a construção civil contou com aumento de 17% no mercado de trabalho, com 3.353 empregos a mais comparado com o ano anterior. Contudo, a venda destes imóveis é tão importante quanto a construção deles e, ao mesmo tempo, apresentou um crescimento na oferta de empregos em um ano.
De acordo com dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-GO), Goiás presenciou um crescimento de 7,21% no número de profissionais credenciados em 12 meses. Ao todo, foram 2.689 novos profissionais em uma área que conta com 39.622 corretores. Um destes novos corretores na área é Dario Silva, de 32 anos, que trabalha na MRV Engenharia há 10 meses após anos trabalhando como motociclista de aplicativo.
Foi após conhecer a área por meio de um colega que hoje consegue ter um padrão de vida melhor do que o anterior. “É um trabalho que depende muito de onde a pessoa trabalha e do potencial dela. Também tem de ter um apego com a área de vendas.” Além disso, Silva diz que consegue separar o tempo e se disciplinar nos seus horários de trabalho e de lazer e descanso graças à dinâmica de trabalho autônomo.
Enquanto isso, o gerente comercial da empresa, Paulo Passo, comenta que, para as pessoas terem sucesso financeiramente, é preciso ter uma rotina e um sentimento de vendedor. De acordo com Passo, o profissional tem de ter vontade para trabalhar na área, uma boa rotina e disciplina para que consiga acompanhar o mercado e as mudanças dos padrões de consumo.
Aptidão para vendas
O gerente cita que grande parte disso é uma mudança na valorização dos apartamentos como uma moradia de qualidade. Há alguns anos, as pessoas perderam alguns preconceitos dos apartamentos, como o funcionamento dos condomínios, e passaram a observar os pontos positivos como a proximidade dos centros urbanos. Passo descreve que o acesso à informação é o que tem proporcionado essa mudança de paradigma. “Hoje em dia, cerca de 45% dos nossos clientes são jovens entre 18 a 30 anos.”
Além desse apego às vendas, os corretores têm de estar capacitados para oferecer as melhores negociações, uma vez que o valor dos imóveis tem aumentado exponencialmente nos últimos anos devido à valorização. Com o aumento dos preços, os corretores têm oferecido negociações dentro do orçamento dos clientes. Além disso, o profissional tem de estar por dentro para apresentar dicas e alternativas de financiamento com juros reduzidos, como o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, que pode oferecer juros na faixa de 4,5% a 8%.
Antes da pandemia de Covid-19, era comum encontrar apartamentos da empresa com valores inferiores a R$ 150 mil. Porém, os preços subiram tanto que o valor mínimo mais encontrado está na faixa de R$ 200 mil. Um outro motivo que alavancou o preço dos imóveis foi a inflação, que também causou a elevação no valor das matérias-primas. “Muito do que define o preço final é o ferro e o cimento usados. Como eles aumentaram os preços, nós também aumentamos o valor dos apartamentos para a conta fechar”, pontua Passo.