Frutas e hortaliças continuam a registrar queda nos preços
O relatório divulgado pela Conab expôs que poucos produtos entre as frutas e hortaliças registraram alta nos valores
A maior parte das hortaliças e frutas vendidas nos principais mercados atacadistas do Brasil apresentou queda de preços por mais um mês consecutivo. Em comparação com junho, a média ponderada de valores da cenoura caiu até 47,69% e a do tomate até 43,96% no último mês. Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 8° Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort).
O Boletim diz que a maior quantidade de raízes nos atacados explica a queda no preço da cenoura. A oferta do produto para as Centrais de Abastecimento (Ceasas) que fazem parte do Boletim aumentou 8,9% em julho em todo o País. Além disso, o aumento de 13% na oferta de tomates desde junho contribui para o corte nos preços. Isso representa o maior volume já registrado até 2024.
No último mês, a média ponderada da cebola obteve redução de 11,14%, alcançando no Ceasa do Acre um decréscimo de 28,69%. As quantidades de bulbo no mercado foram maiores no mercado no mês de julho e esse fator explica os preços nas prateleiras. A oferta do produto nas Ceasas analisadas registraram alta de quase 5% em relação à de junho. Esse aumento, junto com a pulverização da produção, explica a redução contínua dos preços.
Já o alface teve a média ponderada influenciada por fatores como as estabilidades de valor e a alta significativa na Ceasa que abastece Fortaleza (28,56%). A média ponderada foi 1% mais alta. Apesar disso, o preço caiu em sete Ceasas. A redução foi significativa como na Ceasa Brasília, onde a queda foi de 28,28% e na Ceasa Minas, com redução de 23,74%.
Frutas
Entre as frutas, o movimento de preços mais significativo em julho foi de baixa: banana (-2,31%), maçã (-2,66%), mamão (-19,57%) e melancia (-3,27%). Isso foi resultado de uma maior oferta no mercado atacadista combinada com uma diminuição da demanda devido às férias escolares.
No caso do mamão, a queda mais significativa dos preços foi causada pela colheita em novas plantações e pelo tempo suficiente para o desenvolvimento das frutas, principalmente no Norte capixaba e Sul baiano. O volume ofertado levou os produtores a controlar o envio da fruta para evitar que os preços despencassem mais. A maçã, apesar da diminuição da oferta, registrou queda nos preços, já que a menor demanda do produto compensou o fator oferta.
Preço da laranja
Na média ponderada de 6,91%, o preço da laranja subiu, em contraste com as cotações médias das outras frutas. Ao mesmo tempo em que os estoques de suco eram baixos, a alta demanda pela moagem da fruta levou a um aumento nas cotações do setor. Com o resultado das férias, as cotações aumentaram no atacado e no varejo.
O total de frutas enviadas ao exterior no primeiro semestre de 2024 foi de 491,8 mil toneladas, uma queda de 7,62% em relação ao intervalo de janeiro a julho de 2023. O faturamento foi de US$628,89 milhões (FOB), um aumento de 3,73% em relação aos sete primeiros meses de 2023 e de 21,4% em relação ao mesmo período de 2022.
A oferta nacional de frutas importantes na pauta de exportação, como manga e uva, diminuiu. No entanto, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) afirma que algumas das principais frutas exportadas pelo Brasil, como melão, melancia e manga, terão pico de embarques no segundo semestre. Assim, até o final do ano, espera-se que tanto o faturamento quanto o volume aumentem.
Gerente da Ceasa-GO, Josue Lopes afirmou que o cenário em Goiás é de baixa nos preços e, com clima de estabilização, propiciando uma boa produção. Entretanto, Lopes explicou que o período provocou reações em alguns produtos, mas que essas reações são momentâneas, como, por exemplo, a abobrinha, o quiabo, a vagem e o pepino.
“A tendência é manter esses preços em baixa neste mês de agosto. Provavelmente em setembro, alguns produtos podem subir, como o chuchu. Devido ao calor intenso e a umidade baixa, a produção cai, podendo impactar no preço. Mas os demais produtos vão estar em baixa. Nos demais produtos, o momento é muito bom para a questão do consumo”, pontuou o gerente da Ceasa-GO.