Neste sábado (17), um dos maiores comunicadores da história da televisão brasileira nos deixou, Sílvio Santos faleceu aos 93 anos, vítima de uma broncopneumonia após infecção por H1N1.

Certamente, um dos episódios mais icônicos envolvendo a sua emissora, SBT, com o meio do futebol aconteceu no Campeonato Brasileiro de 2000. O torneio, conhecido como Copa João Havelange, ficou marcado por ser um dos mais controversos, confusos e bagunçados da história do futebol brasileiro.

A final do campeonato colocava frente a frente, o embalado Vasco da Gama, e a surpresa São Caetano. Entretanto, a final só foi ser realizada em janeiro de 2001. Isso aconteceu porque houve o desabamento de um alambrado no estádio de São Januário durante o jogo de volta, em que cerca de 150 pessoas ficaram feridas. O ocorrido acabou levando ao adiamento da partida para o Maracanã, já no ano seguinte.

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Além do acidente, outro episódio marcou aquela final: em um gesto de “vingança”, o Vasco exibiu o logo do SBT em sua camisa para provocar a Globo, que transmitiu o jogo. O diretor de futebol do Vasco na época, Eurico Miranda alegou que a Globo quis prejudicá-lo durante a transmissão da partida em São Januário.

Naquela temporada, o Vasco utilizava uniformes da Kappa e, ao longo de todo o campeonato, estampou a marca de sabão em pó Ace em sua camisa. No entanto, o contrato com a marca expirou em 31 de dezembro de 2000, um dia após a partida que ficou inacabada.

O ‘patrocínio’ deu sorte

Então, Eurico Miranda decidiu fazer uma “homenagem” a Sílvio Santos, dono do canal. “Não houve negociação de patrocínio com o SBT, foi uma homenagem. Não preciso pedir permissão para cantar ‘Parabéns pra você’. Na camisa do Vasco, coloco o que quero”, declarou o dirigente.

Ao decorrer da partida final, os gritos exaltando o SBT ecoavam pelo estádio. Os vascaínos entoavam músicas como “Ah, é Silvio Santos”, “Ão, ão, ão, é o jogo do milhão” e “Ritmo, é ritmo de festa”. Esses cânticos embalaram o time carioca rumo ao título, conquistado com uma vitória por 3×1 sobre o São Caetano.

Preocupado com a repercussão da atitude do Vasco, o SBT emitiu uma nota no mesmo dia. Na qual a emissora afirmou que repudiava a ação e que não permitia o uso indevido de sua marca.

No entanto, essa declaração parece ter sido uma forma de se eximir da situação. Afinal, naquele domingo, a marca da emissora foi exibida ao vivo, gratuitamente, durante 90 minutos, na sua maior concorrente, para milhões de telespectadores.

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