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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Decisão

Poderes acertam mudanças nas emendas parlamentares ao Orçamento

As emendas parlamentares somam R$ 49,2 bilhões no Orçamento de 2024

Postado em 20 de agosto de 2024 por Tathyane Melo
Reunião no STF com representantes dos três Poderes | Foto: Gustavo Morento/STF

Executivo e Legislativo vão regulamentar as chamadas emendas de comissão ao Orçamento da União, feitas por parlamentares, em até dez dias, para que sejam destinadas a projetos de interesse nacional ou regional definidos de comum acordo entre os dois Poderes. Reunião no Supremo Tribunal Federal (STF) entre representantes dos três Poderes definiu mudanças nas emendas parlamentares ao Orçamento conforme questionamentos recentes do STF.

Não foram acertadas mudanças na impositividade das emendas parlamentares individuais e de bancadas estaduais. A impositividade é a obrigatoriedade de execução destas emendas. Mas definiram que deverão apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição para limitar o valor das emendas parlamentares em geral. O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), explicou tudo.

“O aumento das emendas parlamentares se dá com o percentual da receita corrente líquida. E isso acaba gerando realmente um risco no futuro de que, com o aumento da receita e com a contenção de despesas discricionárias, pode haver um aumento muito grande das emendas parlamentares que absorva o discricionário do País”.

Valores

As emendas parlamentares somam R$ 49,2 bilhões no Orçamento de 2024, ou cerca de um quarto das despesas não obrigatórias. R$ 25 bilhões são individuais; R$ 8,5 bilhões são de bancadas estaduais; e R$ 15,5 bilhões, de comissões permanentes da Câmara e do Senado.

Apesar dos acordos, Pacheco fez questão de afirmar que não é possível julgar que as emendas parlamentares sejam ruins para o Orçamento. “Casos e situações de malversação de dinheiro público, de desvio de recursos, de mau emprego de recursos, isso pode se dar com orçamento próprio de município, com orçamento próprio do Estado, com orçamento próprio da União, com emendas parlamentares”.

Para ele, essas situações devem ser coibidas, mas encaradas como “exceções”. “Precisam ser combatidas pelos órgãos de controle, pelos órgãos de persecução criminal, mas não inviabilizar a execução orçamentária partindo do pressuposto de que tudo está errado”.

Pelo acordo, também terão que aprovar as emendas de bancadas estaduais, além das emendas de comissão. Isso, após um acerto entre Executivo e Legislativo sobre quais projetos estruturantes estaduais são importantes.

“É vedada a simples divisão do dinheiro entre os integrantes da bancada. Portanto, é preciso que haja projetos definidos como estruturantes e também, em relação a eles, deve haver acordo entre Legislativo e Executivo para a definição desses projetos”, explicou o presidente do STF, Luiz Roberto Barroso.

Emendas Pix

Além disso, em relação às emendas Pix, uma modalidade de emendas individuais, Barroso disse que houve consenso. O acordo foi sobre a necessidade de identificar para onde vai o dinheiro. Além de ter a prestação de contas para o Tribunal de Contas da União. “É imprescindível que seja apresentado um plano de trabalho, um objeto e um cronograma. Portanto acabou a transferência livre, este foi um dos consensos a que nós chegamos”.

Executivo e Legislativo acertaram discutir os “impedimentos técnicos”, previstos na Constituição, que podem barrar a execução das emendas individuais ao longo do ano.

Barroso esclareceu que o relator do caso no STF, ministro Flávio Dino, vai aguardar as reuniões entre Legislativo e Executivo para reanalisar as decisões que tomou em caráter liminar. Ele afirma que elas continuam valendo até que as revisem.

O senador Rodrigo Pacheco afirmou que as mudanças vão alcançar todas as emendas ainda não pagas e que o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24) já será adequado às novas regras. O projeto do Orçamento de 2025 deve ser entregue até o final deste mês pelo Executivo.

Comissão Mista de Orçamento

De acordo com o Presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), a Consultoria de Orçamento da Câmara deve elaborar um texto de emenda ao projeto da LDO de 2025, proibindo que parlamentares destinem emendas para uma um estado diferente do Estado que representam.

Ele defende que devem autorizar esse tipo de destinação de recursos apenas em casos excepcionais, como a tragédia recente no Rio Grande do Sul.

Com informações da Agência Câmara

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