O Pantanal de Miranda, em Mato Grosso do Sul, enfrenta uma tragédia ambiental com incêndios florestais em proporções alarmantes. O biólogo Bruno Sartori relatou que 80% da área em que sua equipe atua foi consumida pelas chamas. O incêndio, que começou antes mesmo de agosto, continua a devastar a região e causar enormes danos à fauna local.

A situação é crítica: muitos animais estão sendo gravemente afetados, com queimaduras e até mortes devido ao fogo. A destruição se espalha por toda parte, e a vida selvagem enfrenta uma luta constante pela sobrevivência.

Uma Sobrevivente

Entre as vítimas, destaca-se a onça Itapira, que nasceu em fevereiro de 2023 e já havia se tornado independente de sua mãe. No dia 7 de agosto, encontramos Itapira em uma manilha de escoamento de água, após uma breve pausa das chuvas em Miranda. Inicialmente, a equipe encontrou a onça em estado crítico, com suas patas gravemente queimadas.

A coordenadora da base do Onçafari no Pantanal Sul, Lilian Rampim, descreveu a situação: “Encontramos a onça debilitada e com as patas muito queimadas. Acionamos os veterinários imediatamente para o resgate.” Capturamos Itapira com relativa facilidade devido ao seu estado debilitado. Anestesiamos a onça e oferecemos os primeiros socorros, mas o tratamento necessário superava a capacidade do Onçafari.

Tratamento e Reabilitação

Devido à gravidade das queimaduras, transferimos Itapira para a ONG NEX, em Corumbá de Goiás, a cerca de 80 km de Brasília. A organização especializada está fornecendo os cuidados necessários para sua recuperação completa. A onça seguirá em tratamento até que esteja totalmente recuperada e possa retornar ao seu habitat natural no Pantanal.

Os incêndios no Pantanal continuam a representar uma ameaça grave para a biodiversidade da região, e esforços contínuos são necessários para proteger a vida selvagem e restaurar o ecossistema devastado.