Crescimento da população em situação de rua no Brasil
Estudo revela aumento de 23,93% no número de pessoas em situação de rua, com São Paulo liderando as estatísticas e uma crise social em expansão
O Brasil enfrenta um aumento na população em situação de rua, com um total de 300.868 pessoas vivendo nessas condições, conforme revelado por um estudo do Observatório de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais. Este número representa um crescimento de 23,93% em relação ao ano passado, quando o total era de 242.756 pessoas. O levantamento foi realizado com base em dados do CadÚnico, atualizado em junho de 2024, o que indica um cenário crítico e em deterioração.
São Paulo se destaca como o estado com o maior número de pessoas em situação de rua, com um total de 126.112 indivíduos. Na capital paulista, estima-se que 80.369 pessoas vivam sem um teto, embora a prefeitura de São Paulo afirme que o número real é de cerca de 30 mil. Este descompasso entre as estimativas oficiais e os dados apresentados pelo estudo levanta preocupações sobre a precisão das informações e a resposta das autoridades ao problema. Robson César Correia de Mendonça, representante do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo. Enfatiza a necessidade urgente de uma política séria para enfrentar a crise. “Enquanto não houver uma política séria, enquanto não houver um político que tenha vergonha na cara, vamos seguir da maneira como está”, afirmou à Agência Brasil.
Posição no ranking
O Rio de Janeiro ocupa a segunda posição no ranking, com 29.816 pessoas vivendo em situação de rua, das quais 21.023 estão na capital. O aumento acentuado desses números reflete uma crescente crise social que exige atenção e ação imediata.
O estudo também revela um perfil demográfico detalhado das pessoas afetadas. A maioria é composta por homens negros, com idade variando entre 18 e 59 anos. Além disso, 85% das pessoas em situação de rua vivem com menos de R$ 110 por mês. O que evidencia a extrema pobreza enfrentada por essa população. Dados adicionais mostram que 14% dessas pessoas têm alguma deficiência e que a maior parte (42%) possui ensino fundamental incompleto.
Esses números refletem a urgência de políticas públicas eficazes e a necessidade de uma abordagem integrada para enfrentar as causas subjacentes da situação de rua. Melhorar as condições de vida e garantir um suporte adequado para aqueles que estão em extrema vulnerabilidade. A situação atual exige uma resposta coordenada que envolva não apenas recursos financeiros, mas também uma reforma abrangente nas políticas sociais e na infraestrutura de suporte para a população em situação de rua.