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sábado, 21 de dezembro de 2024
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Problemas no trânsito

Desligamento de radares gera polêmica e aumento de infrações no trânsito

Mobilidade da Capital declarou que se parte dos condutores obedecessem às normas gerais de circulação, dificilmente seria necessário um equipamento de fiscalização

Postado em 27 de agosto de 2024 por Thais Teixeira
Radares estão desligados em Goiânia desde de 14 de junho, deixando de registrar as infrações de trânsito | Foto: Divulgação/SMM

Os radares eletrônicos de Goiânia foram desligados em junho devido ao encerramento de contrato com a empresa Eliseu Kopp, o contrato foi finalizado no dia 16. Os equipamentos estão desligados desde o dia 14 de junho, mas apesar desse desligamento os radares registraram atividades nos dias 8 e 9 de agosto.

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) explicou que o desligamento dos serviços foi iniciado antecipadamente no dia 14 de junho, porém haviam mais dois dias a serem cumpridos, por isso, em respeito ao prazo do contrato, as lombadas foram reativadas da 0h do dia 8 de agosto a 23h59 de 9 de agosto de 2024.

Em relação ao novo contrato, a pasta informou que no dia 14 de agosto o pleno do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) julgou procedente recurso ordinário da Prefeitura de Goiânia e revogou a liminar que impedia a SMM de dar continuidade ao certame. A Mobilidade trabalha na instrução do processo de forma a atender integralmente o que foi decidido pelo Tribunal para, ainda essa semana, ser remetido à Secretaria Municipal de Administração (Semad) para continuidade do certame.

“É importante destacar que a obediência à sinalização viária e as normas de circulação são princípios básicos de cidadania do condutor habilitado. O que a Mobilidade espera e instrui é que haja maior cuidado na via pública porque a responsabilidade da condução do veículo é, e permanece sendo do motorista ainda que não tenha nenhum dispositivo eletrônico na via pública para fazer a fiscalização, já que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) requer a obediência não ao equipamento eletrônico, mas sim a sinalização viária”, afirmou a SMM em nota. 

Outro fator destacado pela secretaria é que o equipamento age somente quando há o desrespeito à sinalização da via, e que se os condutores não cometessem infrações de trânsito dificilmente seria preciso existir um equipamento de fiscalização.

“É importante frisar que se parte dos condutores obedecessem às normas gerais de circulação e conduta dificilmente seria necessário um equipamento de fiscalização. Portanto, a recomendação da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) é que os usuários da via pública obedeçam a sinalização porque é este comportamento que irá diminuir a violência no trânsito da Capital”, destacou a secretaria. 

Marcos Rothen, engenheiro de Transportes, acredita que o não funcionamento dos radares colabora para comportamentos ruins no trânsito, já que os motoristas passam a abusar da situação, avançando sinal vermelho e ultrapassando os limites de velocidades .

“À medida que os motoristas vão sabendo que os radares não estão operando eles começam a mudar de comportamento e passam a abusar, tanto do avanço de sinal quanto a velocidade. É facilmente comprovado que os motoristas têm um comportamento diferente quando tem o radar e quando não tem”, declarou Rothen.

“Retirada dos radares é injustificável e irresponsável”

O principal modo de fiscalização do trânsito em Goiânia é a feita pelos radares, o número de agentes de trânsito é muito pequeno e eles não têm condições de substituir os equipamentos eletrônicos. E para coibir a velocidade os agentes precisam de radares móveis em um número muito grande. 

“Os agentes também não tem as condições ideais para exercerem o seu trabalho, além do número pequeno de agentes para cobrir todos os locais e horários, os agentes não têm segurança, eles muitas vezes chegam até a ser agredidos por motoristas atrevidos”, comentou o especialista em mobilidade.

O engenheiro de Transportes, Marcos Rothen também explicou que a quantidade de agentes de trânsito na capital é insuficiente e que a quantidade não atende nem às necessidades básicas.

“Goiânia pelo número de carros e motos precisaria de um número muito maior de agentes. Não há um número suficiente nem para atender as necessidades básicas, por exemplo agentes são necessários em grandes eventos e em locais com muito movimento de veículos e pessoas” explicitou Marcos.

Para Marcos o problema pode se agravar com o decorrer do tempo, ele exemplificou usando os semáforos, já que quando os radares estão funcionando e o sinal está amarelo o condutor tende a reduzir a velocidade, já quando o equipamento não está funcionando o motorista tende a acelerar o veículo.

“À medida que os motoristas vão percebendo que os radares não estão funcionando, elas vão aumentando o número de irregularidades, por exemplo, quando tem um radar em um cruzamento o motorista vê o sinal amarelo e reduz a velocidade e para no vermelho, quando não tem ele vê o amarelo e acelera e acaba passando no vermelho. Também onde, por exemplo, o limite é 40km/h ele começa a passar a 50km/h e com o tempo vai aumentando essa velocidade, trazendo riscos para toda a população, motoristas, motociclistas e pedestres em geral”, exemplificou.

Por fim, o especialista finalizou afirmando que a atual situação é injustificável. “Acho uma irresponsabilidade o que está acontecendo com a retirada dos radares, é injustificável a falha administrativa da prefeitura”, concluiu Rothen.

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