Queimadas agravam crise de saúde pública no Brasil
Poluição do ar provocada pelo fogo intensifica doenças respiratórias e cardiovasculares, colocando em risco a vida de grupos vulneráveis
As queimadas, fenômeno comum em diversas regiões do Brasil, especialmente durante a estação seca, têm gerado sérios impactos na qualidade do ar e, consequentemente, na saúde da população. O fogo, utilizado frequentemente para o desmatamento ou preparo do solo para a agricultura, libera uma quantidade significativa de poluentes na atmosfera, que incluem partículas finas, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis. Esses contaminantes, ao serem inalados, podem desencadear uma série de problemas respiratórios, cardiovasculares e até agravar doenças preexistentes.
De acordo com especialistas em saúde pública, o aumento da concentração de material particulado no ar é um dos maiores responsáveis pelo agravamento de condições como asma, bronquite e outras doenças respiratórias crônicas. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades estão entre os grupos mais vulneráveis, sendo que, em situações extremas, a poluição pode levar a internações e, em casos mais graves, até a óbitos.
Estudos demonstram que a poluição gerada pelas queimadas tem efeitos imediatos e a longo prazo na saúde humana. No curto prazo, sintomas como tosse, irritação nos olhos e na garganta, além de dificuldades respiratórias, são comuns. A longo prazo, a exposição contínua a esses poluentes pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas e comprometer a qualidade de vida das pessoas expostas.
Diante deste cenário, autoridades de saúde têm recomendado uma série de medidas para minimizar os impactos da poluição. Entre as principais recomendações está a restrição de atividades ao ar livre, especialmente em dias em que a qualidade do ar esteja particularmente comprometida. Além disso, é aconselhável que pessoas pertencentes aos grupos de risco mantenham-se em ambientes fechados e, se possível, com o uso de purificadores de ar.
Outra medida importante é o uso de máscaras do tipo PFF2/N95, que oferecem uma barreira eficiente contra a inalação de partículas finas. Essas máscaras, embora mais comumente associadas à proteção contra a COVID-19, também são eficazes para filtrar os poluentes presentes no ar durante os períodos de queimadas intensas.
Além das medidas individuais, especialistas apontam a importância de uma ação coordenada entre governos e sociedade civil para enfrentar o problema de forma mais eficaz. Isso inclui desde a implementação de políticas públicas voltadas para a redução das queimadas, como o fortalecimento de programas de fiscalização ambiental, até campanhas de conscientização que alertem a população sobre os riscos e as formas de proteção.