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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
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assassinato

Ronnie Lessa diz que matou Marielle por ganância

A fala foi feita durante audiência por videoconferência no Supremo Tribunal Federal (STF)

Postado em 28 de agosto de 2024 por Luana Carvalho
Lessa revelou que o valor estipulado para a execução do crime era de aproximadamente R$ 50 milhões.| Foto: Reprodução

Durante duas horas de audiência virtual no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, fez revelações impactantes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Lessa revelou que o valor estipulado para a execução do crime era de aproximadamente R$ 50 milhões, correspondentes ao valor de dois terrenos prometidos pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Cada terreno, localizado em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, teria um custo estimado em R$ 25 milhões.

Lessa admitiu que sua motivação principal para cometer o crime foi a ganância. “Eu estava louco, encantado com os R$ 25 milhões que a gente ia ganhar. Era o preço pela morte da vereadora, que seria o valor dos terrenos”, declarou. Ele confessou que, apesar de estar em uma fase tranquila de sua vida, caiu na tentação do dinheiro prometido e afirmou que a ilusão e a ganância o impulsionaram a tomar essa decisão.

Corrupção nas Forças Policiais

Em seu depoimento, Lessa também abordou questões de corrupção dentro das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. Segundo ele, a maioria dos delegados está em situação comprometida. “Não ia ter espaço. Meia dúzia que iria se salvar. Essa é a realidade da Polícia Civil. E não é diferente da PM, não. É a mesma coisa. As polícias no Rio de Janeiro estão contaminadas há décadas”, afirmou.

Lessa detalhou como o esquema de corrupção funcionava, mencionando que, na época em que os inquéritos eram em papel. Bastava pagar R$ 50 mil para que os documentos fossem “desaparecidos” pelos policiais civis. Ele também comentou a influência dos irmãos Brazão dentro da polícia, alegando que a corrupção estava presente em todas as esferas e que os irmãos tinham o poder de movimentar delegados conforme seus interesses.

Audiência

Na abertura da audiência, o advogado de Lessa, Saulo Carvalho, solicitou que os outros réus fossem excluídos da videoconferência. O pedido foi aceito pelo juiz Airton Vieira, auxiliar do STF que presidiu a sessão. Assim, somente os advogados dos réus estavam presentes. Lessa destacou a importância do pacto de silêncio e expressou preocupações sobre a segurança, referindo-se aos réus como “pessoas de alta periculosidade”, comparando-os à sua própria situação.

O depoimento de Ronnie Lessa trouxe à tona novos detalhes sobre o caso Marielle Franco e deixou questões abertas sobre a extensão da corrupção policial no Rio de Janeiro.

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