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domingo, 17 de novembro de 2024
Exposição itinerante

Arte contemporânea exposição

Exposição itinerante ‘Favela é Giro’, apresenta 20 obras que celebram as favelas brasileiras, explorando suas complexidades, belezas e desafios

Postado em 30 de agosto de 2024 por Letícia Leite
Com curadoria de Bruna Gregório, a mostra tem o intuito de desmistificar a imagem estereotipada das favelas, apresentando-as como centros pulsantes de cultura, criatividade e resistência. | Foto: Divulgação

Com o objetivo de levar a arte contemporânea periférica para diversas regiões do Brasil, o Museu das Favelas traz para o Centro Cultural Octo Marques a exposição itinerante ‘Favela é Giro’. A mostra estará em cartaz até o dia 2 de outubro, de segunda a domingo, das 9h às 17h (exceto feriados), com entrada gratuita.

Com curadoria de Bruna Gregório, as 20 obras celebram as favelas brasileiras, explorando suas complexidades, belezas e desafios. O conceito central é desmistificar a imagem estereotipada das favelas, apresentando-as como centros pulsantes de cultura, criatividade e resistência.

“A exposição itinerante Favela é Giro busca celebrar a energia, a criatividade e a resiliência das favelas. É a oportunidade de mostrar a essência viva por meio de obras de artistas desses territórios, sendo protagonistas de suas históricas, giros, rolês e memórias que conectam as quebradas do país. A mensagem principal é a valorização da arte e cultura das favelas, trazendo visibilidade e reconhecimento aos artistas que muitas vezes não têm espaço nas grandes instituições de arte”, explica Bruna.

Para Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, a exposição é uma celebração da criatividade e diversidade das favelas. “Nosso objetivo é mostrar o impacto transformador da arte e da cultura das favelas e apresentando-as como centros pulsantes, criativo e econômico. Estamos muito felizes em levar a segunda itinerância do Museu das Favelas a novos territórios, nos conectando à artistas e suas obras dos mais diversos lugares”, destaca.

Já para Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP na América do Sul, o projeto Favela é Giro foi idealizado pensando em ampliar as percepções que as pessoas têm sobre as favelas, unindo artistas locais, tecnologia e conexões humanas. “Por meio dessa exposição itinerante estamos mapeando e expondo as obras de artistas locais, contribuindo para dar visibilidade à arte periférica e para impulsionar a economia criativa, além de levar arte e cultura para a população que vive na nossa área de atuação”, reforça.

Para a composição das obras, foram selecionados três pesquisadores de algumas das regiões por onde a exposição passará. O time foi composto pela artista e pesquisadora Xica de Goiânia, pela fotógrafa Ana Luzes, de Vitória, e pelo rapper, pesquisador musical, ator e professor Brenalta MC, de São Sebastião.

“A curadoria considerou diversas linguagens artísticas, como fotografia, vídeo e xilogravura, focando nas expressões mais relevantes identificadas nas pesquisas realizadas em cada localidade. Cada obra foi selecionada por sua capacidade de dialogar com o conceito central da exposição, que busca revelar as múltiplas cenas culturais e cotidianas das favelas, periferias e comunidades, indo além dos estereótipos e mostrando sua potência criativa. O processo de seleção  foi voltado às obras que mais se aproximavam do conceito da exposição, que visa retratar as cenas culturais locais”, relata Bruna.

A curadora ainda explica que a seleção dos artistas e das obras para a exposição foi um processo colaborativo e detalhado, focado nos territórios de Goiânia, Espírito Santo, São Sebastião, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo. 

 

“Em cada uma dessas localidades, a exposição contou com a participação de pesquisadores que destacaram artistas relevantes no audiovisual. Com base nas premissas conceituais que direcionaram a exposição, esses pesquisadores destacaram obras que melhor expressam a identidade cultural dos seus territórios. Com base nesses estudos preliminares, foi feita a seleção final das obras, priorizando aquelas que melhor se alinham ao conceito da exposição. O objetivo foi reunir uma coleção que não só apresentasse a diversidade artística, mas também ampliasse a percepção do público sobre as histórias, lutas e conquistas desses territórios”, diz.

 

Significados 

O nome da exposição está associado à gíria usada nas periferias do país em expressões como ‘cortar de giro’, ‘dar um giro’ e ‘dar um peão’ ou um ‘rolê’, que estão diretamente ligadas a passeio, circulação e movimento. A mostra apresenta, por meio de obras em sua maioria audiovisuais, os ‘giros’ que ocorrem nas mais diversas formas de território, seja no quilombo, na favela, nas aldeias, sertões ou palafitas.

O nome ‘Giro’ está associado à gíria usada nas favelas do país diretamente ligadas a passeio, circulação e movimento, refletindo o dinamismo e a movimentação das favelas. Ele representa as múltiplas histórias e expressões artísticas que se manifestam nesses territórios. ‘Giro’ também pode ser entendido como uma gíria para movimento ou algo que está ‘na moda’, destacando a inovação e a contemporaneidade da arte das favelas”, continua a curadora.

Artistas expositores

A exposição conta com a participação de diversos artistas de diferentes regiões do Brasil. De Goiânia, estão presentes o Batalhão das Gravadeiras, João Ferré, Lucas Bororo, Mayara Varalho e Marcelo Ramalho. Do Espírito Santo, participam Iaiá Rocha, Viviane Nascimento, Ara Poty MirīTxapya (Dayanne Guarany), De Santanna (Dimas) e Meuri Ribeiro. Representando a região de São Sebastião, estão Brenalta MC, Edmarlei, Swell Nobrega, Juvenal Pereira e Jorge Mesquita. De Ferraz, participam Fabrício, MickeTranbiks, Anubis, além da dupla Silas Nascimento e Lucas Bezerra.

Próximas cidades

A exposição itinerante ‘Favela é Giro’ também passará por Vitória (ES), do dia 12 de novembro a 16 de dezembro, em São Sebastião (SP), de 9 de janeiro a 13 de fevereiro de 2025, em Ferraz de Vasconcelos (SP), de 6 de março a 10 de abril, encerrando a experiência em São Paulo, do dia 29 de abril a 8 de maio, na sede do Museu das Favelas. A iniciativa conta com o patrocínio da EDP, líder global no setor de energia.

Ver a cultura da favela ganhando mais voz e circulação é extremamente gratificante. A exposição “Favela é Giro” proporciona uma oportunidade única para que as expressões artísticas das favelas sejam vistas e reconhecidas em diferentes cidades, despertando novas perspectivas e vivências. Isso fortalece a inclusão e a valorização da diversidade cultural do Brasil”, finaliza a curadora.

SERVIÇO

Exposição itinerante ‘Favela é Giro’

Quando: até 2 de outubro

Onde: R. 4, Nº 515, St. Central – Goiânia 

Horário: 9h

Entrada gratuita

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