Arte contemporânea exposição
Exposição itinerante ‘Favela é Giro’, apresenta 20 obras que celebram as favelas brasileiras, explorando suas complexidades, belezas e desafios
Com o objetivo de levar a arte contemporânea periférica para diversas regiões do Brasil, o Museu das Favelas traz para o Centro Cultural Octo Marques a exposição itinerante ‘Favela é Giro’. A mostra estará em cartaz até o dia 2 de outubro, de segunda a domingo, das 9h às 17h (exceto feriados), com entrada gratuita.
Com curadoria de Bruna Gregório, as 20 obras celebram as favelas brasileiras, explorando suas complexidades, belezas e desafios. O conceito central é desmistificar a imagem estereotipada das favelas, apresentando-as como centros pulsantes de cultura, criatividade e resistência.
“A exposição itinerante Favela é Giro busca celebrar a energia, a criatividade e a resiliência das favelas. É a oportunidade de mostrar a essência viva por meio de obras de artistas desses territórios, sendo protagonistas de suas históricas, giros, rolês e memórias que conectam as quebradas do país. A mensagem principal é a valorização da arte e cultura das favelas, trazendo visibilidade e reconhecimento aos artistas que muitas vezes não têm espaço nas grandes instituições de arte”, explica Bruna.
Para Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, a exposição é uma celebração da criatividade e diversidade das favelas. “Nosso objetivo é mostrar o impacto transformador da arte e da cultura das favelas e apresentando-as como centros pulsantes, criativo e econômico. Estamos muito felizes em levar a segunda itinerância do Museu das Favelas a novos territórios, nos conectando à artistas e suas obras dos mais diversos lugares”, destaca.
Já para Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP na América do Sul, o projeto Favela é Giro foi idealizado pensando em ampliar as percepções que as pessoas têm sobre as favelas, unindo artistas locais, tecnologia e conexões humanas. “Por meio dessa exposição itinerante estamos mapeando e expondo as obras de artistas locais, contribuindo para dar visibilidade à arte periférica e para impulsionar a economia criativa, além de levar arte e cultura para a população que vive na nossa área de atuação”, reforça.
Para a composição das obras, foram selecionados três pesquisadores de algumas das regiões por onde a exposição passará. O time foi composto pela artista e pesquisadora Xica de Goiânia, pela fotógrafa Ana Luzes, de Vitória, e pelo rapper, pesquisador musical, ator e professor Brenalta MC, de São Sebastião.
“A curadoria considerou diversas linguagens artísticas, como fotografia, vídeo e xilogravura, focando nas expressões mais relevantes identificadas nas pesquisas realizadas em cada localidade. Cada obra foi selecionada por sua capacidade de dialogar com o conceito central da exposição, que busca revelar as múltiplas cenas culturais e cotidianas das favelas, periferias e comunidades, indo além dos estereótipos e mostrando sua potência criativa. O processo de seleção foi voltado às obras que mais se aproximavam do conceito da exposição, que visa retratar as cenas culturais locais”, relata Bruna.
A curadora ainda explica que a seleção dos artistas e das obras para a exposição foi um processo colaborativo e detalhado, focado nos territórios de Goiânia, Espírito Santo, São Sebastião, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo.
“Em cada uma dessas localidades, a exposição contou com a participação de pesquisadores que destacaram artistas relevantes no audiovisual. Com base nas premissas conceituais que direcionaram a exposição, esses pesquisadores destacaram obras que melhor expressam a identidade cultural dos seus territórios. Com base nesses estudos preliminares, foi feita a seleção final das obras, priorizando aquelas que melhor se alinham ao conceito da exposição. O objetivo foi reunir uma coleção que não só apresentasse a diversidade artística, mas também ampliasse a percepção do público sobre as histórias, lutas e conquistas desses territórios”, diz.
Significados
O nome da exposição está associado à gíria usada nas periferias do país em expressões como ‘cortar de giro’, ‘dar um giro’ e ‘dar um peão’ ou um ‘rolê’, que estão diretamente ligadas a passeio, circulação e movimento. A mostra apresenta, por meio de obras em sua maioria audiovisuais, os ‘giros’ que ocorrem nas mais diversas formas de território, seja no quilombo, na favela, nas aldeias, sertões ou palafitas.
“O nome ‘Giro’ está associado à gíria usada nas favelas do país diretamente ligadas a passeio, circulação e movimento, refletindo o dinamismo e a movimentação das favelas. Ele representa as múltiplas histórias e expressões artísticas que se manifestam nesses territórios. ‘Giro’ também pode ser entendido como uma gíria para movimento ou algo que está ‘na moda’, destacando a inovação e a contemporaneidade da arte das favelas”, continua a curadora.
Artistas expositores
A exposição conta com a participação de diversos artistas de diferentes regiões do Brasil. De Goiânia, estão presentes o Batalhão das Gravadeiras, João Ferré, Lucas Bororo, Mayara Varalho e Marcelo Ramalho. Do Espírito Santo, participam Iaiá Rocha, Viviane Nascimento, Ara Poty MirīTxapya (Dayanne Guarany), De Santanna (Dimas) e Meuri Ribeiro. Representando a região de São Sebastião, estão Brenalta MC, Edmarlei, Swell Nobrega, Juvenal Pereira e Jorge Mesquita. De Ferraz, participam Fabrício, MickeTranbiks, Anubis, além da dupla Silas Nascimento e Lucas Bezerra.
Próximas cidades
A exposição itinerante ‘Favela é Giro’ também passará por Vitória (ES), do dia 12 de novembro a 16 de dezembro, em São Sebastião (SP), de 9 de janeiro a 13 de fevereiro de 2025, em Ferraz de Vasconcelos (SP), de 6 de março a 10 de abril, encerrando a experiência em São Paulo, do dia 29 de abril a 8 de maio, na sede do Museu das Favelas. A iniciativa conta com o patrocínio da EDP, líder global no setor de energia.
“Ver a cultura da favela ganhando mais voz e circulação é extremamente gratificante. A exposição “Favela é Giro” proporciona uma oportunidade única para que as expressões artísticas das favelas sejam vistas e reconhecidas em diferentes cidades, despertando novas perspectivas e vivências. Isso fortalece a inclusão e a valorização da diversidade cultural do Brasil”, finaliza a curadora.
SERVIÇO
Exposição itinerante ‘Favela é Giro’
Quando: até 2 de outubro
Onde: R. 4, Nº 515, St. Central – Goiânia
Horário: 9h
Entrada gratuita