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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Nova gestão

Hugo passa a contar com gestão do Albert Einstein para atendimento do SUS

A unidade de saúde passará por uma reestruturação completa do hospital com um investimento de R$ 100 milhões com recursos do Tesouro Estadual

Postado em 2 de setembro de 2024 por Ronilma Pinheiro
Foto: Walter Folador

O Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) passa a contar com uma nova gestão. De acordo com um anúncio feito pelo governo estadual, os trabalhos de reforma, adequação e melhoria da unidade de saúde serão realizados em etapas e devem ser concluídos em 12 meses, com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira – Hospital Albert Einstein na gestão da unidade de forma definitiva.

A informação foi divulgada na quarta-feira (28), e apresenta um investimento de R$ 100 milhões em recursos do Tesouro Estadual para a reestruturação completa do hospital.

As obras estão previstas para iniciar a partir de setembro. A ideia é fazer do Hugo  um hospital moderno com tecnologia avançada e residência médica multiprofissional para formação de especialistas. De acordo com o governador Ronaldo Caiado, toda estrutura da unidade será remodelada e reconstruída, fazendo do Hugo um hospital de referência na área de urgência médica com o padrão do Albert Einstein.

Para o secretário de Estado da Saúde, Rasível dos Santos, os investimentos no hospital vão promover uma revolução na saúde em todo o Estado de Goiás. “Esse é um investimento extremamente importante, e com ele vamos realmente devolver ao Hugo esse protagonismo de assistência à saúde no Estado de Goiás”, destaca.

O presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, ao comentar sobre a novidade, relembrou o propósito da instituição em contribuir para ampliar o acesso e promover a equidade na saúde ofertada aos usuários.

Ele disse que a mudança representa o começo de uma nova fase do Hugo, hospital que é tão importante para a população goiana. “Trouxemos nossa bagagem de competências e experiências para o Hugo, combinando o cuidado assistencial com uma abordagem humanizada”, comenta.

Também passam por transformações o pronto-socorro e o ambulatório da unidade hospitalar. Os departamentos serão expandidos e enquanto o laboratório receberá um novo espaço, o setor de hemodinâmica será aberto. Além disso, os banheiros, central de material esterilizado, cozinha e setores de apoio, como subestação de energia, também serão reconstruídos. Em contrapartida, as macas, pisos, mobiliário e pintura serão substituídos.

O heliponto será readequado e novos equipamentos, como raio-x móvel e fixo, carrinhos, microscópios, arcos e focos cirúrgicos, também serão adquiridos pelo hospital.

Segundo maior hospital de urgência e emergência de Goiás, o Hugo foi inaugurado em 1991. O hospital presta serviços à população como unidade de ensino, pesquisa e extensão universitária. Com a reforma, os centros cirúrgicos serão modernizados e as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) terão monitoramento ampliado, além de uma nova ala, a UTI 5. 

Acordo de colaboração

De acordo com o termo de colaboração entre o governo de Goiás e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, a entidade, que assumiu a gestão do hospital, agora mantém regime regular com o Estado. O valor mensal do custeio será superior a R$ 21,3 milhões e a validade do acordo é de até 12 anos. O contrato emergencial foi firmado em junho deste ano.

O documento prevê ainda o aumento no número de consultas médicas que passam de três para quatro mil por mês. Além disso, está prevista a entrada da colonoscopia e endoscopia no rol de Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT Externo), bem como o incremento de endoscopia digestiva, ultrassonografia com doppler, serviços de otorrinolaringologia para urgência e emergência, e horas contratualizadas para a realização de cirurgias eletivas. 

Antiga gestão do Hugo deixou dívidas trabalhistas

A situação no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) continua a ser alvo de críticas e preocupações, após a gestão do Instituto CEM (Icem) ter sido marcada por problemas financeiros e administrativos. Néia Vieira, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO), disse à reportagem do jornal O Hoje  que o Icem, a antiga Organização Social (OS) encarregada da administração do HUGO, ainda não quitou os pagamentos devidos aos trabalhadores celetistas. Além disso, há pendências no pagamento do piso salarial da enfermagem e das multas referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Devido às irregularidades, os bens do Icem foram bloqueados para assegurar o pagamento das verbas rescisórias pendentes. A situação é ainda mais grave para os prestadores de serviços, que continuam sem receber pelos serviços prestados.

Para contornar a crise emergencialmente, a OS Sociedade Albert Einstein assumiu a gestão do HUGO por um período de três meses. No entanto, recentemente foi firmado um contrato de gestão definitivo com o Estado, na tentativa de estabilizar a administração do hospital.

O impacto negativo das mudanças de gestão nas Organizações Sociais (OSs) não se limita ao HUGO. Policlínicas e o Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia (Heapa) também foram gravemente afetados. Segundo estimativas, os prejuízos aos cofres públicos ultrapassam os R$ 300 milhões nos últimos anos devido a problemas similares.

Em resposta à crise e às alegações de má gestão e desvio de recursos, o Sindsaúde, junto com o deputado Mauro Rubem, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) e a Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg), tomou medidas legais.

No dia 28 de agosto, foram protocoladas duas representações no Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Essas representações solicitam a realização de uma auditoria detalhada no Estado e nas OSs, com o objetivo de apurar possíveis desvios de recursos públicos e garantir a fiscalização adequada dos contratos de gestão.

A medida visa não apenas responsabilizar os gestores envolvidos, mas também assegurar que recursos públicos destinados à saúde sejam utilizados de forma transparente e eficaz, segundo Néia Vieira. Para a sociedade e os trabalhadores, a auditoria é uma esperança para trazer respostas e soluções para os problemas enfrentados pelo sistema de saúde estadual.

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