O Hoje, O melhor conteúdo online e impresso - Skip to main content

segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Aumento de casos

Ocorrências de Incêndios em 2024 aumentaram em 34% desde 2023

Em 2024, foram 7.742 casos combatidos pela CBM-GO, grande parte deles ocorreu em áreas com vegetação como lotes baldios

Postado em 2 de setembro de 2024 por João Victor Reynol de Andrade

Na tarde do último sábado (31), um incêndio ocorreu nas proximidades do Aeroporto Internacional Santa Genoveva. Pelas imagens divulgadas nas redes sociais, as chamas ocorreram perto de um canteiro de obras nas margens da BR-153. Logo depois da ocorrência, uma brigada do Corpo dos Bombeiros Militares de Goiás (CBM-GO) e do combate de incêndios aeroporto controlaram as chamas. Apesar das chamas, a CCR, que gerencia o aeroporto,informou que não houve impacto nas operações da unidade.

Contudo, essa ocorrência é apenas uma de mais de 7.742 casos combatidos pela CBM-GO, um aumento de 34,43% se comparado com o ano de 2023, segundo os dados divulgados da operação Cerrado Vivo 2024 pela corporação para os jornalistas em uma coletiva nesta sexta-feira (30). Grande parte desses casos totais ocorreram em áreas com vegetação, com 5.898 ocorrências, em áreas públicas e privadas foram 1.747 e 97 chamas em áreas protegidas. Enquanto isso, a natureza dos casos ocorreu em lotes vagos e terrenos baldios com 4.826 chamas. 

Segundo o Comandante geral do CBM-GO, Washington Luiz, em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (30), o planeta passa por um período prolongado de estiagem que facilita a combustão da mata seca. Como exemplo, cita o padrão 30 30 30, umidade do ar abaixo de 30%, ventos acima de 30 quilômetros por hora e temperatura acima de 30ºC. 

 “Estamos vivenciando um momento climático no mundo com a La Nina que é um rebote com seca muito forte na região centro oeste e com umidade muito baixa”, afirma. Como em exemplo, só em agosto de 2024 houve 2.348 ocorrências, em julho do mesmo ano foram 1.891 casos. O número de casos disparou desde o mês de abril para maio, quando as chuvas cessaram e a umidade do ar reduziu, com 223 para 1.377 incêndios, respectivamente.

Ainda segundo o comandante, grande parte destas ocorrências se iniciaram pelas ações humanas nestas áreas. Sobre isso, conta como flagrou um incêndio criminoso em uma ocorrência. “Nós chegamos em uma pessoa e ela foi levada para uma delegacia. Atear fogo em vegetação é crime. Essa fiscalização será endurecida [pelo governo]”. Por causa disso, alerta para os perigos dos incêndios, como a perda da fauna e da flora e os riscos à saúde.

Inclusive, conta como é previsto um projeto de lei estadual na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (ALEGO) para a instituição de Política Estadual de Segurança Pública de Prevenção e Combate ao Incêndio Criminoso em Goiás para aumento das penas para a população. 

Sobre isso, fala que a Polícia Militar (PM-GO) e Polícia Civil de Goiás (PC-GO) estão mais alertas para casos como este depois do decreto de estado de emergência em 20 municípios. Os municípios afetados pelo decreto são: Anápolis, Caldas Novas, Ceres, Goianésia, Goiânia, Inhumas, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jaraguá, Luziânia, Morrinhos, Palmeiras de Goiás, Pires do Rio, Quirinópolis, Rialma, Santo Antônio do Descoberto, Senador Canedo, Silvânia e Trindade.

“Não vamos deixar que Goiás, amanhã, sofra o que outros estados estão sofrendo”, relatou o governador do Estado em uma reunião na ALEGO. De acordo com o projeto, torna crime o ato de queimar florestas, matas, demais formas de vegetação, pastagens e lavouras, durante a vigência de situação de emergência ambiental.

Veja também