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sábado, 23 de novembro de 2024
Crescimento

Produção de veículos cresce mais de 14% em agosto, aponta Anfavea

Foram emplacadas 237,4 mil unidades, cerca de 14,3% a mais que no mesmo mês do ano passado

Postado em 6 de setembro de 2024 por Alexandre Paes
produção
Foto reprodução | Ford

O mercado de veículos novos continua em ritmo de crescimento, ainda embalado por taxas de juros mais favoráveis do que meses atrás. Em junho, foram licenciados 214,2 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Isso representou um aumento de 13,09% na comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

No acumulado do ano, o avanço chegou a 14,59% em relação ao primeiro semestre de 2023, num total de 1,14 milhão de unidades. Os destaques foram os carros de passeio e a recuperação do segmento de caminhões. Os números são os melhores desde outubro de 2019. Ou seja, o setor experimenta a expansão da produção de veículos automotores dos períodos pré-pandêmicos.

O segmento de automóveis e comerciais leves cresceu 15,26% no semestre. “Essa alta tem relação direta com a disponibilidade de crédito para financiamentos. Houve aumento médio estimado em mais de 11% (dados de maio do Banco Central) na oferta de crédito pelos bancos e isso impulsiona o consumo junto com a maior confiança do consumidor”, afirma o presidente da Fenabrave, Andreta Jr.

Na primeira metade do ano, a média de emplacamentos por dia útil aumentou 16,3% na comparação com a primeira metade do ano passado. No período, os emplacamentos de carros híbridos somaram em torno de 50 mil unidades, segundo a Fenabrave. A venda de elétricos puros totalizou mais de 30 mil unidades no acumulado do ano.

De acordo com o levantamento, entre janeiro e agosto deste ano, foram emplacadas 237,4 mil unidades, cerca de 14,3% a mais que no mesmo mês do ano passado. Analisando os oito primeiros meses do ano, a fabricação de veículos foi 6,6% maior do que no mesmo período de 2023.

O segmento de caminhões continua em recuperação como resultada — destacou Andreta Jr. — do bom desempenho de diferentes setores da economia, como agronegócio, construção civil, indústria e varejo. “Esperamos um aquecimento ainda maior no segundo semestre”, disse o dirigente.

Crescimento das vendas

Em junho de 2024, as vendas de veículos cresceram 10,3% em relação ao mês anterior e 13,1% em relação ao mesmo mês de 2023.  No acumulado de janeiro a junho de 2024, as vendas de veículos aumentaram 14,6% em relação ao mesmo período de 2023. Em agosto de 2024, as vendas de veículos aumentaram 14%. 

A Anfavea reduziu a projeção de crescimento da produção de veículos para 2024, de 6,2% para 4,9%. As exportações, por sua vez, registraram uma queda de 2,2% de julho para agosto deste ano. Por outro lado, ao comparar agosto de 2023 com o mesmo mês deste ano, houve avanço de 10,6%.

Segundo o presidente da Anfavea, Marcio Leite, as exportações tiveram uma recuperação, embora tímida, especialmente para os países da América Latina – especialmente do Sul.

“O mercado interno dos países de destino sofreu queda, o que impactou as exportações. Desde o começo do ano, tivemos exportações bastantes tímidas e em junho um retorno. Em julho já subiu, e em agosto registramos a exportação de 38 mil. Os mercados principais são Argentina, México, Colômbia e Chile, que aumentaram as importações do Brasil”, afirmou em coletiva de imprensa para comentar os dados.

Ainda que a Argentina tenha voltado a aumentar o consumo de insumos brasileiros, em 4,8% em agosto, o mercado interno do país ainda preocupa o setor.

Na avaliação da instituição, com a desvalorização cambial da Argentina, os preços têm variado bastante. No entanto, o lançamento de novos modelos de veículos fizeram o apetite dos consumidores do país vizinho aumentar. Ainda assim, a venda e exportações de peças para o país ainda não se recuperou.

Mesmo assim, até o fim do ano, a expectativa é de melhora no intercâmbio comercial com o país sul-americano.

“A Argentina anunciou uma redução de 10 pontos percentuais do imposto país para as importações. Isso vai acelerar bastante a compra do mercado argentino do Brasil porque as nossas exportações ficaram mais competitivas. Aliado a isso, houve um crescimento importante nas exportações para o mercado interno da Argentina. O primeiro semestre foi bastante difícil por conta da mudança de governo [na Argentina] e medidas que ainda não tinham sido aprovadas no Congresso [no Brasil], e tenderia ter um crescimento e é o que de fato vem acontecendo”, afirmou.

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