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terça-feira, 3 de dezembro de 2024
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Influência digital

Mídias sociais exercem maior influência na definição do voto

Professor e pesquisador da UFG explica os diferentes tipos de comportamento do eleitor e, claro, dos candidatos. Pesquisas revelam que quantidade de seguidores, por exemplo, é visto como um ‘diferencial’

Postado em 11 de setembro de 2024 por Felipe Cardoso
Professor e pesquisador da UFG explica os diferentes tipos de comportamento do eleitor e, claro, dos candidatos. Pesquisas revelam que quantidade de seguidores, por exemplo, é visto como um ‘diferencial’ | Foto: Geovana Clemente

Há tempos, os diferentes comportamentos dos eleitores, bem como as mudanças de estratégia por parte dos candidatos, têm sido alvo de estudo e observação por parte das universidades. Com a chegada das eleições de 2024, muitos desses comportamentos podem justificar certos movimentos por parte dos candidatos e vice versa. Durante passagem pela Assembleia Legislativa de Goiás, o professor e pesquisador Marcos Severo elencou algumas das percepções dos estudiosos acerca do período eleitoral. 

Um dos principais pontos a serem observados passa pelo entendimento dos estudiosos acerca da aparição dos candidatos. Ao comentar os efeitos da propaganda eleitoral, o especialista considerou que não há um meio mais assertivo do que outro. Porém, o que se percebe é que as mídias digitais vêm ganhando cada vez mais protagonismo no arrebatamento de eleitores. “As mídias vêm provocando cada vez mais influência”, considera o pesquisador. 

Ele explicou que uma pesquisa realizada recentemente identificou que a quantidade de seguidores é o fator que provoca maior influência. “De saída, a mídia social exerce uma grande influência, mas exerce para quem está lá. A questão é que temos muitas pessoas que não estão e nem se informam por ela, se informam pela mídia tradicional ou até por mídias que são dispersas ou diferentes, isso depende de como o indivíduo busca informação”, salientou o professor.

Diante desse cenário, o que os candidatos estão procurando nesse momento, segundo ele, é marcar presença em diferentes canais. “Por isso está muito em voga o uso dos cortes de vídeos. Eles sabem que as pessoas estão dispersas em vários canais, formando seus critérios de decisão”, arrematou Marcos.

Ainda no que diz respeito às pesquisas eleitorais, o alerta fica com as enquetes realizadas nas mídias digitais. “É importante esclarecer que isso não é pesquisa. Existe, nesses casos, um viés inerente a algo que diz respeito àquele grupo de seguidores específico, que segue o mesmo perfil. Mesmo que o perfil tenha milhões de seguidores, aquela amostra é enviesada, pois ali temos um perfil de pessoas que compartilham de alguma forma o mesmo conjunto de crenças. Uma sugestão direta é: busque informações trazidas por institutos de pesquisas confiáveis, que atuem no ramo há muito tempo”, esclareceu.

Ainda assim, o acadêmico diz que há ressalvas: “Uma coisa é intenção de voto, que se mostra ao longo da campanha. Outra coisa é comportamento de voto, que é o que o cidadão exibe no dia da votação. Estão relacionadas, mas não estão diretamente correlacionadas”. 

Sobre o comportamento do eleitor até a definição nas urnas, o pesquisador explica que o “nível de certeza” na intenção de voto varia de grupo para grupo e de candidato para candidato. Isso, segundo ele, garante a possibilidade das pessoas mudarem, sim, de opinião até outubro. “O voto é mais uma decisão na vida das pessoas, que vão carregar aqueles elementos de personalidade também para esse momento. E as pessoas mudam de opinião o tempo todo”, informou. 

O especialista também falou sobre os critérios usados para separar os eleitores em grupos. “Eles podem diferir por características demográficas, como gênero e idade, por exemplo; em características psicográficas, que estão relacionadas a questões psicológicas e cognitivas, como classe social ou personalidade, por exemplo; e também por características comportamentais, que também são características da área psicológica, mas estão relacionadas ao que as pessoas fazem de fato”, explicou. 

No entanto, a ‘segregação’ não implica, necessariamente, um mesmo comportamento eleitoral. “As pessoas podem diferir em relação aos hábitos de vida, como questões religiosas, por exemplo. Um indivíduo pode exibir o mesmo grupo de pessoas com características demográficas semelhantes, mas que, apesar disso, podem variar nas suas características comportamentais e psicográficas”, disse o pesquisador.

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