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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Controle e visitas

Mesmo sem chuvas, Goiânia reforça combate ao Aedes aegypti

Neste ano, os agentes comunitários de endemias visitaram 1,89 milhão de imóveis. Em 3,2%, foram encontrados focos do mosquito

Postado em 12 de setembro de 2024 por João Reynol

Em um momento atípico, quando Goiânia registra mais de 130 dias sem chuvas e o tempo seco domina o cenário meteorológico da cidade, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) tem intensificado suas ações no combate à dengue. A estratégia, focada em controle e visitas residenciais, visa minimizar os focos do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

Desde o início do ano, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) visitaram 1,89 milhão de imóveis. Mesmo quando o imóvel está fechado há um empenho para que a vistoria seja realizada. “Quando os agentes encontram o imóvel fechado, eles deixam um recado com número de telefone para contato para que os moradores agendem uma nova visita”, diz o gerente de Controle de Animais Sinantrópicos, Wellington Tristão. 

Neste ano, foram identificados focos do mosquito em 48.361 imóveis, representando 3,2% do total visitado, índice superior ao limite aceitável pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 1%. No mesmo período de 2023, foram 2,66 milhões de imóveis visitados, 47.859 continham focos, o que corresponde a 2,47%.

O trabalho dos agentes é complexo e demanda esforço contínuo e coordenado em todos os distritos de Goiânia para que as ações ocorram de forma intensa e com resultados satisfatórios. “Nesta época do ano o mosquito fica mais vulnerável, mas os ovos, que são extremamente resistentes à seca, ainda persistem em muitos criadouros, daí a importância de dar sequência ao trabalho de eliminação de possíveis criadouros”, diz Wellington.

Ainda conforme Wellington, a população tende a armazenar água e irrigar durante a seca, criando condições favoráveis para a proliferação do mosquito. “É crucial evitar utensílios que possam acumular água, pois eles podem se tornar verdadeiros criadouros do Aedes”, diz.

Além das visitas, a secretaria tem implementado estratégias complementares de controle do mosquito como armadilhas dispersoras e o programa ‘Aedes do Bem’ que libera na natureza, mosquitos machos geneticamente modificados para acasalamento com as fêmeas. “Os ovos resultantes só produzem machos, o que ajuda a reduzir a população de fêmeas e, consequentemente, os focos em áreas críticas”, explica o diretor de Vigilância em Zoonoses, Murilo Reis.

O município ainda possui uma equipe de bloqueio em cada distrito da cidade. “Essas equipes são responsáveis por atender os endereços com casos positivos de dengue e realizar bloqueios com o objetivo de reduzir a proliferação do vírus e ainda diminuir a quantidade de fêmeas infectadas”, destaca o diretor.  

A cidade também desenvolve parcerias com condomínios para melhorar o controle. Os agentes realizam visitas e treinam os funcionários dos condomínios para realizarem ações preventivas semanalmente. “Temos uma parceria com o Sindicato dos Condomínios de Goiás, na formação dos agentes “dengueiros” que são nossos parceiros no combate à dengue, embora nem todos os condomínios participem dessa parceria, a ação é importantíssima”, complementa Murilo. 

Formas de prevenção 

É essencial que os moradores adotem práticas preventivas para colaborar efetivamente no combate ao mosquito. A manutenção regular dos quintais e a eliminação de água parada em pneus, garrafas e outros recipientes são medidas essenciais para evitar a proliferação do vírus. Todas as estratégias visam não apenas controlar a situação atual, mas também prevenir problemas futuros.

Apesar da diminuição das chuvas, as autoridades de saúde locais permanecem vigilantes. “A seca não significa que o risco de dengue desapareceu”, afirma Dr. Rafael Almeida, médico infectologista. “Os depósitos de água podem se acumular em diversos locais, e é essencial que continuemos nosso trabalho de prevenção e controle.”

Além das ações já mencionadas, é fundamental verificar as áreas internas da residência, como caixas d’água e vasos de plantas, onde a água pode se acumular e criar focos de proliferação. A instalação de telas de proteção em janelas e portas oferece uma solução adicional para impedir a entrada de mosquitos nos ambientes internos.

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