Novo sistema de mapeamento deve ajudar na limpeza urbana
Em outubro, o sistema deverá monitorar todos os 240 veículos da companhia como compactadores de lixo e os varredores mecanizados, afirma o consórcio
A coleta de lixo nos bairros de Goiânia parece ter entrado em um ritmo de estabilidade nos últimos meses, segundo relatos apurados pelo Jornal O HOJE. Desde junho de 2024, o Consórcio Limpa Gyn assumiu a coleta seletiva e a varrição mecanizada das ruas da Capital. Tais trabalhos faziam parte da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) que existe na Capital há 50 anos, mas que enfrentou problemas de financiamento, o que gerou um desgaste de verba do poder público.
O que era para ser uma transição lenta se tornou uma confusão por alguns meses com dúvidas em quais bairros e percurso eram do novo sistema ou da Comurg. Isso porque a empresa assumiu as funções por etapas, com o início se limitando a região central da Capital e expandindo ao longo dos meses. Como já foi divulgado extensamente pelo jornal O HOJE nos meses que se seguiram, alguns bairros de regiões periféricas ficaram sem a coleta de lixo por dias, enquanto outros ainda não passavam a varrição.
Contudo, a título de aprimorar o serviço e oferecer mais segurança para as partes envolvidas, um sistema de georeferenciamento foi instalado há cerca de dois meses para monitorar os trabalhos dos motoristas da empresa, as condições do veículo e a produção de lixo. O sistema ainda deve monitorar todos os 240 veículos que fazem parte da frota, desde compactadores de lixo aos varredores automáticos. A fiscalização possui como principais recursos a localização em tempo real dos maquinários bem como o roteiros dos percursos que serão executados.
De acordo com o Diretor da Consórcio Limpa Gyn, Renan Andrade, para O HOJE, tal recurso ajuda na otimização da coleta bem como para registrar os percentuais dos trechos que a limpeza foi feita. Segundo o diretor, cada motorista recebe um roteiro do percurso que deve fazer no início do expediente em que é instruído um ponto de início e um ponto de encerramento dos trechos, por fim é acompanhado o percurso até o aterro sanitário de Goiânia.
Além da localização em tempo real, é registrado a velocidade dos maquinários, uso do freio excessivo, saída da rota, curvas acentuadas e o uso de combustível. Caso o veículo ultrapasse os 60 km/h, por exemplo, o sistema registrará e deve limitar a velocidade. Também é possível acompanhar a produção de lixo de cada bairro da Capital de forma que a empresa consiga criar melhores rotas para otimizar a coleta e fazer planos para acompanhar a demanda.
Tudo isso é fiscalizado por 40 fiscais da torre de controle na sede da Limpa Gyn na Avenida Perimetral Norte. Além desse registro, os fiscais possuem uma linha direta com os motoristas a partir de um dispositivo móvel em caso de mudança de rota ou ocorrências como acidentes. Toda a fiscalização ocorre por 24 horas e 7 dias da semana devido a alta demanda da empresa. “Esse sistema mostra muitas das falhas [dos nossos percursos] e facilita as correções”, ainda comenta que um dos efeitos positivos da fiscalização é a diminuição das contratações e diminuição das demissões.
Os funcionários que são constantemente registrados no sistema devem passar por um treinamento específico para que ocorra uma correção do comportamento. Tudo isso para que os trabalhos estejam devidamente funcionando em outubro, quando a frota de 240 veículos da empresa deve assumir as funções por completo como postuladas no contrato firmado em abril, como a remoção de entulho.
Apesar deste sistema de ponta, ainda não é possível registrar as denúncias de moradores neles e para isso deverá ter um fiscal em campo para que analise as demandas.