PF prende suspeitos de espalhar informações falsas durante as eleições
Cada um recebia R$ 2 mil por mês, enquanto os coordenadores do esquema recebiam R$ 5 mil
No Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) deteve quatro pessoas suspeitas de disseminar notícias falsas durante o período eleitoral. As investigações revelaram que atores não profissionais eram contratados para propagar informações enganosas sobre candidatos a cargos de prefeito e vereador.
De acordo com a PF, esses indivíduos até elaboravam provas para assegurar que estavam prontos para veicular conteúdo criminoso no discurso. Eles preferiam locais movimentados para disseminar essas mentiras, como pontos de ônibus, praças e mercados. As investigações indicaram que os suspeitos tiveram impacto nas eleições de pelo menos 13 cidades do estado do Rio ao longo de quase uma década. Em 2024, a propaganda política falsa começou sete meses antes do início oficial da campanha.
Os atores contratados entregavam relatórios detalhados sobre o número de eleitores que abordavam e a eficácia de sua persuasão. Cada um recebia R$ 2 mil por mês, enquanto os coordenadores do esquema recebiam R$ 5 mil. Entre os presos está Bernard Rodrigues Soares, presidente do União Brasil em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A Justiça Eleitoral determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 1 milhão para cada investigado.
Segundo o delegado informações, Claudio dos Santos Monteiro, as informações falsas via internet deixa marcas e são rastreáveis. “Isso atenta contra a democracia, atenta contra o Estado Democrático e atenta contra a legitimidade das eleições. Porque um eleitor que vai às urnas acreditando naquelas informações falsas, vai reproduzir nas urnas aquilo que não seria a vontade dele”, afirma o delegado.