Falhas de comunicação e segurança contribuíram para atentado contra Trump, aponta Serviço Secreto
Agência promete responsabilizar os agentes envolvidos
O Serviço Secreto dos Estados Unidos identificou erros graves de comunicação e falta de diligência que contribuíram para a tentativa de assassinato contra Donald Trump durante um comício em Butler, Pensilvânia, em julho. O diretor interino da agência, Ronald Rowe, reconheceu em entrevista nesta sexta-feira (20) que “houve complacência por parte de alguns agentes”, o que resultou na quebra dos protocolos de segurança. Ele afirmou ainda que os funcionários envolvidos serão responsabilizados, mas não forneceu mais detalhes sobre as penalidades.
O ataque, ocorrido em 13 de julho, intensificou as críticas ao Serviço Secreto, resultando na renúncia da diretora anterior. A principal preocupação foi como o atirador conseguiu acessar um telhado próximo com visão direta para o palco onde Trump falava. O ex-presidente sofreu um ferimento na orelha, um participante do evento morreu e outros dois ficaram feridos no atentado. O Serviço Secreto admitiu estar “envergonhado” pela falha de segurança.
Rowe também destacou que Trump, assim como o presidente Joe Biden e a candidata democrata Kamala Harris, estava sob o mesmo nível de proteção no momento do incidente.
Falhas de comunicação identificadas
A investigação interna revelou que houve problemas de comunicação entre as autoridades locais e estaduais. Embora a área do comício tenha sido considerada um desafio em termos de segurança, as medidas propostas para contornar essas preocupações não foram implementadas adequadamente. A equipe de segurança de Trump não informada de que a polícia estava à procura de um suspeito, que mais tarde identificado como o autor do atentado. Se tivessem conhecimento, poderiam ter retirado Trump do local durante as buscas.
Além dessa investigação interna, o Congresso e um painel independente do Departamento de Segurança Interna estão conduzindo apurações paralelas.
Segunda tentativa frustrada
Apesar do incidente em Butler, Rowe defendeu a atuação da agência em um segundo caso. No qual Trump foi alvo de uma aparente tentativa de assassinato em seu clube de golfe na Flórida, no domingo (15). Um agente do Serviço Secreto disparou contra um suspeito que estava armado com um rifle. Mas não tinha uma linha de visão direta para Trump, que jogava a alguns metros de distância. O suspeito, Ryan Routh, de 58 anos, fugiu, mas preso posteriormente e enfrenta acusações de crimes com armas de fogo.