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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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“Ela não merecia isso”

Veja mais: Homem confessa drogar esposa e recrutar 50 homens para abusos

Os investigadores estimam que os abusos ocorreram entre 2011 e 2020, nas diferentes casas do casal

Postado em 22 de setembro de 2024 por Herbert Alencar
Foto reprodução

Esta história contém detalhes que você leitor pode considerar perturbadores.

Dominique Pelicot, de 71 anos, confessou nesta terça-feira (17), em um tribunal de Avignon, na França, que drogava sua esposa e recrutava homens para abusarem dela por mais de uma década. Além disso, ele admitiu todas as acusações, incluindo a gravação de vídeos que documentavam os crimes. Em seu depoimento, Pelicot declarou: “Sou um estuprador como os outros nesta sala”, referindo-se aos outros 50 réus envolvidos no caso.

Além de confessar o uso de vídeos para seu prazer pessoal, Pelicot também explicou que registrava as cenas para garantir que pudesse identificar os envolvidos. Ele ressaltou que amava sua esposa, Gisèle, com quem foi casado por 50 anos, mas afirmou: “Ela não merecia isso”.

Descoberta dos crimes

A polícia descobriu os abusos em 2020, durante uma investigação por um incidente anterior envolvendo Pelicot. Além disso, ao examinar o computador dele, as autoridades encontraram milhares de vídeos que mostravam os atos de violência. Essas gravações foram fundamentais para identificar os outros homens acusados.

No depoimento, Gisèle contou ao tribunal que acreditava viver um casamento aparentemente feliz até a polícia chamá-la para um interrogatório. Lá, os policiais a confrontaram com fotos que revelavam os abusos ocorridos enquanto ela estava inconsciente. “Meu mundo desmoronou”, afirmou.

Impacto e reação

O caso gerou grande repercussão na França. Gisèle decidiu renunciar ao anonimato para expor os crimes cometidos contra ela e transferir a vergonha para os culpados. Durante seu testemunho, ela destacou que falava em nome de “todas as mulheres que foram drogadas sem saber” e para que esses crimes não sejam silenciados.

Os investigadores estimam que os abusos ocorreram entre 2011 e 2020, nas diferentes casas do casal. Os homens que participaram seguiam orientações específicas para não despertar Gisèle. Com o julgamento em andamento, Dominique Pelicot e os outros réus enfrentam graves acusações.

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