A Justiça suspendeu as provas do Bloco 4 do Concurso Nacional Unificado (CNU), também conhecido como o “Enem dos Concursos”. A decisão partiu da juíza Lucineia Tofolo, da 14ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal. A princípio, o resultado das provas desse bloco, que aborda temas relacionados ao trabalho e à saúde do trabalhador, estava previsto para ser divulgado no dia 8 de outubro. No entanto, agora está suspenso devido a problemas ocorridos durante a aplicação das provas em Recife (PE).

No local, os organizadores trocaram as provas da tarde pelas da manhã, e os candidatos tiveram acesso às questões por 11 minutos. A União argumentou que a troca não trouxe prejuízos aos participantes. Contudo, a juíza entendeu que as provas apresentadas pelo autor da ação popular contradizem essa alegação.

A juíza destacou que, embora a troca das provas não tenha, inicialmente, comprometido o sigilo das informações, novas evidências indicaram que o vazamento do conteúdo das questões foi além do malote específico. Sendo assim, a magistrada considerou que houve violação à isonomia entre os candidatos, o que justificou a decisão de suspender os efeitos das provas do Bloco 4.

Decisão judicial e próximos passos

Enfim, a juíza determinou que a banca examinadora se abstenha de divulgar as notas do Bloco 4. Além disso, ordenou a intimação das partes envolvidas e do Ministério Público Federal (MPF). Ela também estabeleceu prazos para que os réus apresentem resposta. Como também que o autor da ação replique, antes de encaminhar o caso ao MPF para parecer.

Mais de 2,1 milhões de candidatos participaram da primeira edição do CNU, realizada no dia 18 de agosto, concorrendo a 6.640 vagas distribuídas em 21 órgãos federais. Ou seja, o concurso, apelidado de “Enem dos Concursos”, representa uma das maiores seleções públicas do país. Por fim, a suspensão das provas do Bloco 4 afeta diretamente a divulgação de parte dos resultados, o que pode impactar o cronograma previsto para o concurso.