Síndrome do Tarzan: O perigo de relações superficiais em todas as idades
Entre as causas mais comuns estão o medo da solidão e a dificuldade em enfrentar a dor emocional
Você já ouviu falar da síndrome do Tarzan? Embora pouco conhecida no Brasil, essa condição está se tornando cada vez mais comum entre casais de todas as idades.
A síndrome refere-se à tendência de iniciar um novo relacionamento antes de finalizar emocionalmente o anterior, comparando-se ao personagem Tarzan, que se movimenta pelos cipós sem soltar um antes de agarrar o próximo. Assim, quem sofre com essa síndrome frequentemente pula para novos relacionamentos sem ter processado adequadamente o término do anterior.
De acordo com a psicóloga Lara Ferreiro, em entrevista ao portal ND Mais, essa dificuldade de lidar com o vazio emocional resultante do término é uma das principais características da síndrome. “Essa incapacidade pode fazer com que a pessoa busque um novo relacionamento como forma de evitar o sofrimento da separação”, afirma Lara.
Entre as causas mais comuns estão o medo da solidão e a dificuldade em enfrentar a dor emocional. Isso pode levar a um “efeito anestésico”, que impede a reflexão sobre os erros cometidos, resultando na repetição de padrões disfuncionais e dificultando o autoconhecimento.
Lara também ressalta que esse comportamento impacta negativamente a saúde mental, podendo gerar ansiedade, depressão e baixa autoestima. Além disso, a pessoa passa a depender da validação do outro para se sentir completa, criando um ciclo de sofrimento e relacionamentos superficiais.
Como Lidar com um Término
A terapeuta sexual Thalita Cesário explicou ao Metrópoles que cada término é uma experiência única e não existem regras fixas: “Apenas quem vivencia a situação e inicia um novo relacionamento em seguida pode avaliar se isso é um problema ou não.”
No entanto, o término pode ser visto como uma oportunidade de autoconhecimento e reflexão sobre o que funcionou ou não na relação anterior. Thalita observa: “Quando a pessoa emenda um relacionamento no outro, perde a chance de fazer essa análise e não tem tempo para se curtir e valorizar a própria companhia.”
Ela também sugere que se reflita sobre os aprendizados adquiridos com relacionamentos passados e alerta para a importância de evitar a repetição dos mesmos erros. Além disso, ser autêntico e agir sem máscaras é fundamental para o crescimento pessoal.