Os últimos anos do jornalista Cid Moreira, ex-apresentador do Jornal Nacional, foram turbulentos. Desde 2021, ele enfrentou uma briga judicial com seus filhos, Roger (adotivo) e Rodrigo, provenientes de casamentos anteriores. A disputa girava em torno da herança. O locutor morreu, nesta quinta-feira (3/10), aos 97 anos, por insuficiência renal, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.

Os herdeiros de Cid apresentaram documentos ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Neles, acusaram Fátima Sampaio, esposa e agora viúva do jornalista, de apropriação abusiva dos bens. Além disso, as alegações incluíam maus-tratos, cárcere privado e tentativas de convencer Cid a deserdar seus filhos.

Cid Moreira sempre negou as acusações. Ele afirmava que era bem tratado por Fátima. Para se defender, apresentou áudios e imagens que demonstravam a relação saudável entre eles. Assim, ele buscou mostrar que as acusações não eram verdadeiras.

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No ano passado, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) arquivou o caso. O MP concluiu que Cid era “lúcido e orientado”. Portanto, ele estava apto a realizar atos da vida civil. Não havia indícios de risco à sua integridade.

Cid Moreira e a relação com os filhos

As tensões familiares também vieram à tona em 2006. Rodrigo Moreira, o primogênito de Cid, fez uma acusação de abandono afetivo. Ele afirmou que, embora Cid pagasse sua pensão alimentícia até os 18 anos, não cumpriu seu papel de pai desde 1972, quando terminou o relacionamento com Olga Verônica Radenzev.

Em uma entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, Roger Moreira também abordou a questão da deserção. Adotado ainda adulto por Cid e sua esposa Maria Ulhiana Naumtchyk, Roger revelou ter recebido um documento do pai. No texto, Cid afirmava: “Você continua sendo meu filho adotivo, porque não consegui reverter a adoção. Mas fiz um documento e deserdei você.”