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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Caso Fábio Escobar

Testemunha do caso Fábio Escobar é morta em abordagem policial

O depoimento de Lucas estava agendado para novembro

Postado em 8 de outubro de 2024 por Micael Silva
Testemunha do caso Fábio Escobar é morta em abordagem policial Foto: Reprodução
Testemunha do caso Fábio Escobar é morta em abordagem policial Foto: Reprodução

Uma abordagem policial na zona rural de Niquelândia, próxima à BR-414, resultou na morte de Lucas Costa Lopes Moreira, de 31 anos, uma testemunha de defesa no caso do assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante. Lucas era um dos proprietários do celular utilizado para atrair Fábio para uma emboscada em Anápolis, em 23 de junho de 2021.

De acordo com o processo judicial, o depoimento de Lucas estava agendado para novembro, conforme solicitado pela defesa dos policiais militares envolvidos no crime. No entanto, quando a Justiça tentou notificá-lo sobre a audiência, foi protocolado o atestado de óbito de Lucas no processo.

Um relatório oficial afirma que Lucas trocou tiros com a polícia e morreu em 28 de agosto de 2024. Sua família contestou essa versão, afirmando que ele se dirigia a uma visita a parentes e negando que tivesse um extenso histórico criminal.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) considera o celular uma prova crucial nas acusações contra os policiais, implicados não apenas na morte de Fábio, mas também em outros sete homicídios. O MP-GO alega que os policiais podem ter cometido essas mortes para ocultar evidências relacionadas ao crime.

As investigações revelaram que Lucas havia entregado o aparelho a um traficante em 28 de maio de 2021. Esse traficante declarou que um dos policiais envolvidos na morte de Fábio recebeu o celular dias depois, durante uma abordagem em um hotel em Anápolis.

Entenda o Caso

As investigações apontam que Carlos César Savastano de Toledo, conhecido como Cacai, um ex-auxiliar do governo de Goiás, mandou assassinar Fábio devido a desavenças surgidas após as eleições de 2018. Cacai contou com o apoio do assessor parlamentar Jorge Caiado para contratar um executor.

O sargento Welton da Silva Vieiga executou o crime e cometeu suicídio em janeiro de 2023. Ele contou com a assistência dos cabos Glauko Olívio de Oliveira e Thiago Marcelino Machado, além do sargento Erick Pereira da Silva.

Para identificar os policiais envolvidos, a Polícia Civil utilizou o rastreamento de mensagens. Durante as investigações, os policiais descobriram que Lucas entregou seu celular a um traficante no mesmo dia em que uma companheira dele pagou R$ 150 pelo aparelho em um golpe relacionado ao furto de uma motocicleta. O traficante trocou esse celular por crack, e seu paradeiro se tornou fundamental para localizar o traficante e sua namorada, Bruna, assassinada em 2021.

O traficante acusou Glauko de estar envolvido no assassinato de Bruna e nas mortes de amigos do casal, que ele afirmou ter sido eliminados para encobrir evidências. Além disso, Glauko repassou o celular apreendido a Thiago. Antes da emboscada, Erick cadastrou um novo número utilizando o nome de Fábio, com a intenção de simular uma conversa entre ele e a esposa. Contudo, o plano falhou, pois não conseguiram se desfazer do aparelho.

Coincidentemente, o traficante que recebeu o celular de Lucas foi preso em fevereiro de 2024, devido a um mandado de prisão anterior, mas foi liberado após atualizar seu endereço. Durante sua prisão, o traficante alegou estar sendo perseguido pelos policiais envolvidos no caso e afirmou que algumas das mortes ocorridas após o assassinato de Fábio eram de amigos dele.

A defesa dos policiais argumenta que o celular não pertencia a Bruna, mas sim ao traficante. Audiências estão agendadas para novembro, quando a Justiça determinará se os acusados irão a júri popular. Atualmente, os policiais Glauko e Thiago permanecem detidos, enquanto Erick foi libertado. Cacai está preso desde junho, após se esconder por sete meses, e Jorge responde ao processo em liberdade.

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