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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Prêmio Nobel 2024

Nobel da Paz 2024: Grupo japonês sobrevivente das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki foi premiado

O prêmio reconhece a luta do grupo pela abolição das armas nucleares

Postado em 11 de outubro de 2024 por Rikelme Santos
nobel da paz
Foto: Reprodução - Nihon Hidankyo - For the Abolition of Nuclear Weapons

A organização Nihon Hidankyo, formada por sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, foi premiada com o Nobel da Paz 2024. O anúncio aconteceu na manhã de sexta-feira, 11 de outubro.

O prêmio reconhece a luta do grupo pela abolição das armas nucleares. O comitê do Nobel afirmou que a escolha serve como um lembrete dos riscos do uso dessas armas em um mundo repleto de conflitos.

A Nihon Hidankyo, também conhecida como Hibakusha, representa um movimento popular que surgiu após os bombardeios de 1945. Essas bombas mataram entre 120 mil e 200 mil pessoas. Desde então, a organização trabalha incansavelmente para alertar o mundo sobre os perigos das armas nucleares. O prêmio vem em um momento em que as tensões globais aumentam, com ameaças nucleares emergindo em várias regiões, como a Ucrânia e o Oriente Médio.

Leia mais: Ataque nuclear em Hiroshima completa 79 anos

Legado de Nobel

O legado do Prêmio Nobel da Paz é profundo. De acordo com o testamento de Alfred Nobel, deve ser concedido a quem fizer contribuições significativas para a paz.

O comitê do Nobel enfatizou a urgência da questão. Em suas palavras, “essas armas não devem ser usadas nunca mais”. O envolvimento do Irã em conflitos recentes e suas intenções nucleares geram preocupações adicionais. O país já possui ogivas nucleares e, após o fracasso do acordo com os EUA em 2018, suas ambições nucleares permanecem em discussão. O Parlamento iraniano, inclusive, recebeu recentemente um projeto de lei para expandir sua indústria nuclear.

Na guerra da Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin também fez declarações sobre o uso de armas nucleares. A Coreia do Norte, que continua em conflito com a Coreia do Sul, também afirma ter capacidade nuclear. Esses cenários alarmantes reforçam a necessidade de ações imediatas em prol do desarmamento nuclear.

O comitê do Nobel destacou que os esforços da Nihon Hidankyo ajudam a manter um tabu em torno do uso de armas nucleares. Contudo, esse tabu está ameaçado. “Esta é uma forma de lembrar o mundo da necessidade do desarmamento nuclear”, disseram os organizadores. O prêmio é uma chamada à ação, considerando os conflitos que permeiam a atualidade.

Após o anúncio, Toshiyuki Mimaki, diretor da Nihon Hidankyo e sobrevivente de Hiroshima, expressou sua gratidão. Ele afirmou que o prêmio “será uma grande força para lembrar ao mundo que a abolição das armas nucleares pode ser alcançada”. A resposta de Mimaki reflete a esperança de que mais pessoas se unam a essa causa vital.

O prêmio Nobel da Paz vem acompanhado de um prêmio de US$ 1,1 milhão, além de um diploma e uma medalha de ouro. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, elogiou a decisão do comitê, afirmando que é “extremamente significativa” para a luta contra as armas nucleares.

No ano passado, o prêmio foi concedido à ativista iraniana Narges Mohammadi, um reconhecimento importante para a luta pelos direitos das mulheres no Irã. Ao longo dos anos, o Nobel da Paz já foi concedido a diversas personalidades e organizações que buscam promover a paz e a fraternidade entre as nações.

Neste ano, 286 candidatos foram indicados ao prêmio. Entre eles, estavam figuras de destaque como o Papa Francisco. A lista completa dos indicados é mantida em sigilo por 50 anos. O Comitê Norueguês do Nobel, responsável pela escolha, é composto por cinco membros nomeados pelo Parlamento da Noruega.

Com o objetivo de reconhecer aqueles que promovem a paz mundial. É um dos cinco prêmios Nobel, incluindo Física, Química, Medicina e Literatura. O prêmio é considerado um dos mais prestigiosos do mundo, reconhecendo não apenas indivíduos, mas também organizações que contribuem significativamente para a paz e a reconciliação.

Desde sua criação, diversas personalidades notáveis, como Martin Luther King Jr. e Malala Yousafzai, foram agraciadas.

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