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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Saúde

Como a falta de nutrientes pode comprometer a saúde do corpo

A nutrição adequada é um pilar fundamental para a manutenção da saúde e do bem-estar. Contudo, a crescente prevalência de dietas inadequadas e a falta de acesso a alimentos nutritivos têm levado a um aumento significativo de deficiências nutricionais entre a população. A nutróloga Thais Aquino destaca que a deficiência nutricional ocorre quando o corpo […]

Postado em 14 de outubro de 2024 por Ronilma Pinheiro
Os sinais de deficiências nutricionais podem se manifestar de diferentes maneiras, dependendo do nutriente em falta. Foto: Reprodução.

A nutrição adequada é um pilar fundamental para a manutenção da saúde e do bem-estar. Contudo, a crescente prevalência de dietas inadequadas e a falta de acesso a alimentos nutritivos têm levado a um aumento significativo de deficiências nutricionais entre a população.

A nutróloga Thais Aquino destaca que a deficiência nutricional ocorre quando o corpo não obtém ou não absorve a quantidade necessária de nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais. Essa condição pode desencadear uma série de problemas de saúde, afetando não apenas a qualidade de vida, mas também o crescimento e o desenvolvimento, especialmente em crianças.

As razões para as deficiências nutricionais são variadas e complexas. Dietas inadequadas, que carecem de variedade ou incluem restrições alimentares, são uma das principais causas. Além disso, problemas de absorção, como os observados em condições médicas como a doença celíaca ou a síndrome do intestino irritável, podem agravar a situação. O uso de medicamentos que interferem na absorção de nutrientes e fatores socioeconômicos, que limitam o acesso a alimentos nutritivos, também desempenham um papel crucial no desenvolvimento de deficiências.

Os sinais de deficiências nutricionais podem se manifestar de diferentes maneiras, dependendo do nutriente em falta. Por exemplo, a deficiência de ferro, comum entre mulheres em idade fértil, pode levar à anemia ferropriva, cujos sintomas incluem fadiga, fraqueza e palidez. Já a falta de vitamina D impacta diretamente a saúde óssea e o sistema imunológico, enquanto a deficiência de vitamina B12 pode causar anemia perniciosa e problemas neurológicos, como formigamento e perda de memória.

Além disso, a carência de cálcio pode resultar em dor e fragilidade óssea, e a falta de iodo afeta a função tireoidiana. A deficiência de vitamina A, por sua vez, compromete a visão e a resposta imunológica do organismo.

Por isso, é importante estar atento às mudanças no corpo, segundo a especialista e diante de sintomas como fadiga, problemas de pele, dores ósseas e dificuldades cognitivas, a consulta a um profissional de saúde para uma avaliação detalhada é essencial. Exames de sangue podem ser realizados para verificar os níveis de nutrientes como ferro, vitamina D, B12 e cálcio, enquanto avaliações dietéticas ajudam a analisar a ingestão alimentar. Exames físicos também podem revelar sinais clínicos de deficiências.

As deficiências nutricionais podem ter consequências sérias tanto a curto como a longo prazo, segundo a nutróloga. A curto prazo, podem provocar fadiga, fraqueza e uma diminuição da imunidade. A longo prazo, no entanto, os efeitos podem ser ainda mais devastadores, levando a problemas crônicos como osteoporose, doenças cardíacas e danos neurológicos. Além disso, em crianças, essas deficiências podem impactar negativamente o crescimento e o desenvolvimento, reduzindo a capacidade de trabalho em adultos e aumentando o risco de doenças crônicas.

Prevenção e tratamento

Aquino destaca que para evitar as deficiências nutricionais, é fundamental adotar uma dieta balanceada que inclua uma variedade de alimentos ricos em nutrientes. Quando necessário, a suplementação deve ser feita sob orientação médica. “A educação alimentar desempenha um papel vital, pois ensinar sobre a importância dos nutrientes e como obtê-los através da alimentação pode ajudar a prevenir essas condições”, explica a especialista.

Em casos de deficiência, intervenções específicas são recomendadas, como é o caso da suplementação de vitaminas e minerais, assim como mudanças na dieta para incluir alimentos ricos nos nutrientes deficientes. “Também é crucial tratar condições subjacentes que possam estar afetando a absorção de nutrientes”, pontua.

Deficiência de vitamina D, B12 e Ferro se torna comuns

A médica destaca que um dos exemplos mais relevantes atualmente é a deficiência de vitamina D, que tem se tornado cada vez mais comum. O estilo de vida moderno, que nos mantém mais tempo em ambientes fechados, aliado ao uso de protetores solares que bloqueiam a síntese desta vitamina pela pele, contribui para essa questão.

Mas embora a exposição ao sol seja a principal fonte de vitamina D, é importante equilibrar essa exposição, pois o excesso pode levar a problemas como envelhecimento precoce da pele e aumento do risco de câncer de pele. “A suplementação de vitamina D é uma estratégia eficaz para garantir níveis adequados, especialmente para aqueles com pouca exposição solar ou que vivem em regiões com baixa incidência de luz solar”, orienta.

Esse tipo de deficiência é particularmente prevalente entre mulheres em idade fértil, devido à perda de ferro durante a menstruação. Os sintomas incluem fadiga, fraqueza e palidez. Assim, segundo Aquino, é crucial que mulheres que apresentem esses sintomas procurem avaliação médica para investigar seus níveis de ferro. “A suplementação de ferro, combinada com uma dieta rica em alimentos como carnes vermelhas, feijões e vegetais de folhas verdes, pode ser eficaz no tratamento dessa deficiência”, explica.

Outro aspecto importante a ser considerado é a deficiência de vitamina B12, frequentemente observada em indivíduos que seguem dietas restritivas, como vegetarianos e veganos, uma vez que essa vitamina é encontrada principalmente em produtos de origem animal.

“Pessoas com condições que afetam a absorção de nutrientes, como gastrite atrófica ou doença de Crohn, também estão em risco”, alerta a nutróloga. A deficiência de vitamina B12 pode levar a sérios problemas neurológicos e anemia perniciosa. Assim, a suplementação, seja por via oral ou injeções, deve ser considerada para aqueles em risco, garantindo a manutenção da saúde neurológica e hematológica.

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