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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Revolucionário

A luta e o apagamento de Bernardo Monteagudo na história sul-americana

Revolucionário afro-argentino e aliado de San Martín e Bolívar, Monteagudo foi silenciado e teve sua imagem distorcida após seu assassinato no Peru

Postado em 15 de outubro de 2024 por Luana Avelar

Bernardo José de Monteagudo, nascido em Tucumán em 20 de agosto de 1789, foi um revolucionário afro-argentino de destaque na história sul-americana. Em apenas 35 anos de vida, ele fez parte de movimentos revolucionários no Chile, Peru e Buenos Aires, ao lado de líderes como José de San Martín e Simón Bolívar. Porém, após seu assassinato em 28 de janeiro de 1825, no Peru, sua história foi propositalmente apagada e sua imagem branqueada.

Monteagudo iniciou sua trajetória intelectual na Universidade de Chuquisaca, na Bolívia, onde se formou em direito e logo se destacou como líder político. Aos 20 anos, publicou um texto revolucionário que questionava a colonização espanhola e defendia o direito de autogoverno dos povos americanos. Sua obra foi um catalisador para a Revolução de Chuquisaca, em 1809, que, embora reprimida, se espalhou pela América do Sul.

Após ser preso e fugir, se estabeleceu em Buenos Aires, onde atuou como jornalista e participou ativamente da política local. Ele fundou jornais e organizações que lutavam pela independência e pelos direitos humanos, como a liberdade do útero e o fim da servidão indígena. Suas ideias avançadas o tornaram um alvo de perseguição, levando-o ao exílio na Europa.

De volta à América do Sul, se juntou ao Exército dos Andes de San Martín e teve papel fundamental na redação de leis e na imprensa revolucionária do Chile e do Peru. Em Lima, assumiu cargos importantes, mas seus inimigos o forçaram a buscar proteção com Bolívar, na Grande Colômbia, onde continuou sua luta pela liberdade e pela união dos povos hispano-americanos.

Seu assassinato em Lima, aos 35 anos, levantou suspeitas e permaneceu sem uma conclusão definitiva sobre os mandantes. Mesmo após sua morte, ele foi alvo de apagamento e branqueamento histórico, sendo representado em livros e monumentos como um homem branco, contrariando sua origem afrodescendente. Estudos recentes de universidades, como a Universidade de Buenos Aires, e um retrato de sua época no Peru confirmam sua ascendência afro-argentina, mas a narrativa racista que negou seu legado persiste.

 

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