Sintomas da variante XEC são semelhantes aos da gripe
Estudos indicam que a XEC surgiu a partir de uma recombinação genética entre cepas do vírus que já circulavam e apresenta indícios de ‘vantagem de crescimento’ em relação a outras variantes
A XEC é uma sublinhagem da variante Ômicron, descrita pela primeira vez em junho deste ano, em Berlim, na Alemanha. Desde então, já foi identificada em pelo menos 15 países em três continentes. Os sintomas dessa nova versão do coronavírus são similares aos já conhecidos, incluindo febre, dor de garganta, tosse, dores no corpo, além de perda de olfato e apetite.
Estudos indicam que a XEC surgiu a partir de uma recombinação genética entre cepas do vírus que já circulavam. Esse fenômeno ocorre quando uma pessoa é infectada simultaneamente por duas linhagens diferentes. Durante a replicação viral, os genomas dos dois vírus podem se combinar. O genoma da XEC inclui segmentos das linhagens KS.1.1 e KP.3.3, além de mutações adicionais que podem facilitar sua propagação, segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Variante XEC no Brasil
A variante do vírus Sars-CoV-2, identificada como XEC, foi detectada no Brasil, especialmente nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A descoberta, feita pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), ocorreu em amostras de dois pacientes com covid-19 diagnosticados no Rio de Janeiro em setembro. A análise genética foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, que é referência no monitoramento do Sars-CoV-2 junto ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS).
As autoridades de saúde do Rio de Janeiro foram imediatamente informadas sobre a detecção da variante. As sequências genéticas foram registradas na plataforma Gisaid nos dias 26 de setembro e 7 de outubro. Após o primeiro registro no Rio, também foram disponibilizadas sequências provenientes de São Paulo, coletadas em agosto, e de Santa Catarina, com amostras de setembro.
A OMS classificou a XEC como uma variante sob monitoramento em 24 de setembro, sinalizando que suas mutações podem impactar o comportamento do vírus e observando indícios de “vantagem de crescimento” em relação a outras variantes. Desde junho e julho de 2024, a variante começou a ser observada na Alemanha e rapidamente se espalhou pela Europa, Américas, Ásia e Oceania, sendo identificada em pelo menos 35 países, com mais de 2.400 sequências registradas até 10 de outubro.