Um novo estudo revela que praticar atividades físicas apenas duas vezes por semana pode ser suficiente para reduzir o risco de 264 doenças. Realizado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Circulation, da American Heart Association (AHA).

Os chamados “guerreiros do fim de semana”, que realizam toda a atividade física recomendada aos sábados e domingos, mostraram proteção equivalente àqueles que fazem exercícios regularmente durante a semana. O estudo indicou uma redução de até 50% no risco de condições cardiometabólicas, como hipertensão, diabetes, obesidade e apneia do sono, independentemente do padrão de exercício adotado.

Antigamente, a recomendação era de 30 minutos de atividade física, durante no mínimo cinco vezes por semana. Porém, nos últimos anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou suas diretrizes, sugerindo um mínimo de 150 minutos de atividade física moderada ou intensa por semana, sem estipular como esses minutos devem ser distribuídos.

“Como parece haver benefícios semelhantes para o guerreiro de fim de semana em comparação à atividade regular, pode ser o volume total de atividade, em vez do padrão, que mais importa”, afirmou Shaan Khurshid, coautor sênior do estudo, em comunicado à imprensa.

Os dados utilizados na pesquisa foram coletados de cerca de 90 mil participantes do UK Biobank, um extenso estudo de longo prazo que investiga o impacto de fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento de doenças. 

Para Guilherme Artioli, do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Faculdade de Medicina da USP e colunista do Estadão, a conclusão mais importante é que não importa se a atividade é concentrada em dois dias consecutivos ou distribuída ao longo da semana. “O que importa é você fazer exercício”, destacou.

Além disso, o estudo ajudou a derrubar um antigo temor de que pessoas que permanecem sedentárias durante a semana teriam um risco cardíaco maior ao realizar atividades moderadas ou intensas nos fins de semana. Segundo Artioli, esse medo estava relacionado a casos raros de eventos cardíacos agudos durante exercícios em indivíduos com condições pré-existentes desconhecidas.

Por isso, os especialistas ainda recomendam que todos façam um check-up médico antes de iniciar qualquer tipo de atividade física.

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