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quinta-feira, 17 de outubro de 2024
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Cachorros em Gaza estão comendo corpos nas ruas

“Isso dificulta a identificação dos corpos”, disse o chefe dos serviços de emergência, em relação aos cachorros

Postado em 17 de outubro de 2024 por Yasmin Farias
Cachorros em Gaza estão comendo corpos nas ruas
Foto: 22/02/2024REUTERS/Mahmoud Issa

Corpos espalhados nas ruas empoeiradas, estradas destruídas pelos bombardeios israelenses e a fome assolando a população. Esta é a cena que surge em Jabalia, no norte de Gaza, segundo o chefe dos serviços de emergência da região, Fares Afana.

Em entrevista à imprensa na última segunda-feira (14), Afana destacou a gravidade da situação humanitária: “Os sinais de fome são visíveis nas pessoas”, disse. Ele também relatou que as forças israelenses destruíram tudo o que representava vida na área. Segundo Afana, ele e sua equipe receberam corpos de mortos palestinos, alguns já devorados por animais, dificultando a identificação. “Cachorros famintos estão comendo esses corpos na rua… Isso dificulta a identificação dos corpos”, disse.

Afana comentou que ataques aéreos e terrestres realizados pelas forças israelenses em três bairros, deixaram milhares de mulheres grávidas e crianças presas em meio ao cerco. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam que as operações visam eliminar a presença do Hamas na região.

Enquanto isso, o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários informou que 50 mil pessoas foram deslocadas de Jabalia, enquanto 400 mil permaneceram no norte de Gaza, enfrentando fome e constantes bombardeios. A ONU também acusou Israel de impor uma escolha brutal à população: morrer de fome ou deixar suas casas.

Em resposta, Israel afirma que não está bloqueando a entrada de ajuda humanitária e que 30 caminhões com suprimentos entraram na região na última segunda-feira. Porém, Afana relatou que civis que buscavam alimentos em um armazém da ONU foram alvo de disparos israelenses. Um ataque de artilharia em um centro de distribuição de alimentos da UNRWA em Jabalia matou pelo menos 10 pessoas e feriu outras 40.

A situação se agrava para os paramédicos, que, segundo Afana, enfrenta dificuldades para chegar às áreas afetadas devido às estradas destruídas e aos ataques israelenses contra veículos de emergência.

De acordo com o Gabinete de Comunicação Social do Governo de Gaza, desde o início das operações israelenses, pelo menos 342 palestinos foram mortos no norte de Gaza, entre eles mulheres e crianças. O número de feridos também é expressivo, e a violência continua em meio aos apelos por ajuda humanitária.

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