Estamos na safra das jabuticabas, uma época aguardada em Hidrolândia, maior produtora mundial da fruta. Pesquisadores da Emater Goiás, em parceria com a Universidade Estadual de Goiás (UEG), intensificam a coleta de material genético de jabuticabeiras na região. O objetivo é identificar geneticamente as diferentes espécies, que são a principal fonte de renda do município, além de fornecer suporte técnico e científico aos produtores.

Hidrolândia se consolidou como o maior produtor de jabuticaba do mundo, e a Emater Goiás desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo assistência técnica conforme a demanda dos agricultores. Desde 2021, a agência realiza pesquisas voltadas à jabuticaba, com o intuito de fortalecer a cadeia produtiva e proporcionar aos agricultores práticas que melhorem a qualidade do cultivo e garantam a sustentabilidade econômica.

Segundo a coordenadora dos estudos, Maurízia de Fátima Carneiro, a identificação botânica permitirá um manejo mais eficaz das plantações. “Com a identificação correta, será mais fácil combater a mortalidade das plantas e fortalecer a cadeia produtiva da jabuticaba na região”, afirma. O presidente da Emater Goiás, Rafael Gouveia, destaca que a fruta é um importante atrativo turístico e econômico para Hidrolândia. “A jabuticaba movimenta a economia local com atividades que vão da visitação aos pomares a experiências ecológicas e gastronômicas”, ressalta.

A cidade é reconhecida mundialmente pela cultura de jabuticabeiras e, entre setembro e novembro, recebe milhares de turistas em busca da fruta e seus derivados, o que gera trabalho e renda para o município.

O material coletado nas propriedades passa por análises em laboratório, com o objetivo de identificar a espécie de cada planta. A pesquisa, que terá quatro anos de duração, avaliará várias propriedades da região. A professora Sabrina do Couto Miranda explica que a coleta inclui flores, botões e frutos. “Nosso foco é determinar as espécies cultivadas e realizar a caracterização botânica, essencial para a certificação dos produtos com indicação geográfica”, afirma.

O analista de Desenvolvimento Rural, Clenon Aguiar de Magalhães, destaca que o estudo contribuirá para a melhoria da qualidade de vida das plantas e dos produtores. “Fortalecer o turismo e garantir a sustentabilidade dos pequenos agricultores são os principais objetivos desse trabalho”, diz. Atualmente, Hidrolândia possui 128 pomares cadastrados, com até 42 mil pés de jabuticaba por propriedade, e a expectativa é que a pesquisa impulsione ainda mais a agricultura familiar e o turismo rural.