As técnicas de cultivo variam amplamente, cada uma adaptando-se às necessidades das plantas e às condições ambientais. Entre os mais conhecidos estão a agricultura convencional que prioriza métodos naturais e a sustentabilidade, evitando produtos químicos sintéticos; e a hidroponia, por exemplo.

Segundo o técnico de campo Paulo Sérgio Martins, a  Hidroponia é o cultivo de vários tipos de plantas sem a utilização de solo, passando apenas uma água com uma solução nutritiva nas raízes das plantas. 

“Existe a necessidade de uma estrutura para conduzir essas plantas, o qual chamamos de bancadas e perfis hidropônicos, os quais vão acomodar as plantas e a solução nutritiva que é armazenada em uma caixa de água e passada de tempos em tempos. A estrutura pode ser feita, por exemplo, a partir de canos de PVC ou telhas”, detalhou Paulo Sérgio. 

A maioria dos cultivos hidropônicos são de folhosas como alfaces, cheiro verdes e couves, “mas também podem ser cultivados morangos, tomates e até mesmo pimentas”. Paulo Sérgio ainda explicou que é preciso balancear a adubação de micro e macro nutrientes solúveis em água e de acordo com necessidade nutricional da cultura, para o bom desenvolvimento das plantas.

“É importante monitorar o pH da água e também sua temperatura. O sistema de hidroponia pode ser coberto com sombrites e tela plástica para melhor desenvolvimento das plantas em determinados períodos do ano”, informou.

Outro fato relatado pelo técnico de campo é que  hidroponia possibilita uma colheita mais rápida do que em uma horta convencional. “Além disso os alimentos da hidroponia são mais limpos pois não possuem terra e também menos ocorrência de insetos e lesmas”explicitou. 

Outra diferença esclarecida por Paulo Sérgio é que os produtos hidropônicos, principalmente os que são retirados com as suas raízes, podem ficar por mais tempo na geladeira e com boa qualidade para o consumo. “No entanto, a produção em hortas convencionais possibilita frutos e folhosas com um sabor mais acentuado”, argumentou Paulo. 

Uma vantagem oferecida pelas hortas hidropônicas é a possibilidade uma boa colheita em todo período do ano, “já em horta convencionais a qualidade dos alimentos ficam comprometidas nos períodos de chuva, pois acaba aparecendo mais doenças”, ilustrou Paulo Sérgio. 

Paulo Sérgio certificou que a necessidade de mão de obra é menor na hidroponia, principalmente por não precisar fazer capinas manuais das plantas invasoras e também de ter um ciclo de colheita mais reduzido, possibilitando uma boa produtividade mesmo que em pequenos espaços. 

Além disso, o técnico explicou que é possível reutilizar a solução nutritiva da água da hidroponia, pois ela fica armazenada em uma caixa de água que é bombeada para as raízes das plantas e logo retorna para essa caixa de água em intervalos adequados de tempo. 

“Evitamos manter a mesma água com a adubação por mais de um ciclo da cultura pois pode trazer algumas consequências para hidroponia, como ocorrência de doenças que podem causar podridões nas raízes. No entanto, após o descarte dessa água nutritiva a mesma pode ser utilizada em cultivos de solos  e até mesmo em plantas ornamentais, como complemento nutricional”, finalizou.