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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Justiça

Acusados pelo assassinato de Marielle Franco irão a júri popular

Julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz ocorre mais de seis anos após o crime; Instituto Marielle Franco organiza ato público e mobilização nacional por justiça

Postado em 20 de outubro de 2024 por Luana Avelar

No dia 30 de outubro, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, irão a júri popular no 4º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro. O julgamento, que ocorre mais de seis anos após o crime, está marcado para as 9h e mobiliza organizações de direitos humanos e movimentos sociais que exigem justiça.

O Instituto Marielle Franco, criado pela família da ex-vereadora, planeja um ato público em frente ao tribunal no amanhecer do dia do julgamento. A manifestação, marcada para começar às 7h, convoca a população a exigir uma resposta contundente e a demonstrar solidariedade à causa. Outras cidades brasileiras também se organizam para promover manifestações simultâneas, reforçando a mobilização nacional em busca de justiça.

Marinete Silva, mãe de Marielle e fundadora do instituto, ressaltou a longa espera desde o assassinato. “Foram 78 meses e mais de 2 mil dias em que nos juntamos desde que nos tiraram Marielle e Anderson”, afirmou. Para ela, o julgamento representa um momento crucial na luta por justiça e na defesa dos direitos humanos. “Esse é um momento decisivo para todo mundo que luta por justiça e para quem acredita que o Brasil precisa ser um país sério que não permite que uma mulher negra seja assassinada com sete tiros na cabeça voltando do trabalho”.

Ligia Batista, atual diretora executiva do Instituto Marielle Franco, destacou a importância do julgamento para a democracia brasileira e para o enfrentamento das violências de gênero e raça. Segundo ela, “a impunidade em crimes cometidos por agentes ou ex-agentes do Estado contra defensores de direitos humanos permite a repetição de atos semelhantes e a perpetuação do racismo, machismo e LGBTQIAPN+fobia”.

Em março deste ano, a investigação avançou com a prisão preventiva dos irmãos Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil, além do delegado Rivaldo Barbosa. Apontados como mandantes do atentado, eles foram detidos durante a Operação Murder, conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Federal (PF).

O julgamento dos acusados e a mobilização em torno do caso refletem a luta por justiça e o combate à impunidade. O assassinato de Marielle Franco tornou-se um símbolo da violência política no Brasil, e a expectativa de que, finalmente, a justiça seja feita é compartilhada por milhares de pessoas que acompanham o caso desde 2018.

 

 

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