Com surtos de H1N1 em escolas, os municípios intensificam a vacinação
Cobertura vacinal da doença em Goiás é apenas 45%, enquanto isso, a meta estabelecida pelo Ministério de Saúde é de 90%
Neste último sábado (19), o jornal O HOJE divulgou a morte de Arthur Ramos, uma criança de 5 anos, pelo vírus H1N1 no município de Aparecida de Goiânia. De acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), este é o segundo óbito confirmado pela doença. O primeiro caso ocorreu no penúltimo domingo (13) em Goiânia com a morte de uma adolescente de 12 anos, também causado pela influenza. Ambos os casos geraram uma preocupação na pasta e nos municípios com a rápida transmissão dos casos.
De acordo com a Saúde Estadual, até o presente momento são investigadas três surtos em três escolas diferentes dos dois municípios, uma em Goiânia e outras duas em Aparecida. Apesar da contaminação, ainda não existe uma relação direta a não ser pela proximidade das datas das transmissões. No caso do garoto Arthur Ramos, no Centro Educacional Aplicar, a gestora Moema Davis afirmou nas redes sociais que tanto os alunos como os funcionários foram testados positivos pela influência.
De acordo com a Secretaria Municipal de Aparecida, de 25 casos confirmados no dia 15 subiu para 33 após novos testes feitos na última quinta-feira (17). Apesar disso, a maioria dos infectados apresenta sintomas leves ou assintomáticos e ainda não há registro de novos surtos da doença no município. Também, a pasta municipal relatou ao O HOJE que fez um atendimento na escola para repassar recomendações de etiqueta respiratória, como o uso de máscara e a higienização das mãos.
Similarmente, a saúde municipal de Goiânia também relatou que fizeram um atendimento na escola com contágio para a coleta de amostras para exames. Além disso, fizeram a distribuição de medicamentos especializados nas unidades da rede municipal de saúde como o medicamento Tamiflu.
Além dessas ações, gestores de imunização municipais e estaduais chamaram a atenção para baixa procura e cobertura vacinal do H1N1. De acordo com a gerente de imunização da SES-GO, Joice Dornelles, a atual cobertura vacinal do estado para influenza é de 45%. Ainda segundo ela, houve um leve aumento pela alta procura devido os casos de surtos nos municípios, o que subiu de 44% para 45%. Apesar disso, a meta para uma cobertura completa e recomendada pelo Ministério da Saúde é de 90%.
Enquanto isso, a atual cobertura vacinal dos dois municípios com surtos não são muito diferentes. De acordo com Joice, Goiânia possui uma cobertura de apenas 44,22% e Aparecida de Goiânia possui uma cobertura de 56%. Por causa disso, chama a atenção para que a imunização seja feita conforme o calendário vacinal. Para isso, a saúde pública oferece a imunização gratuita da população. “A imunização está disponível em todas as mais de 1000 salas de vacinação oferecidas pelo Estado de forma gratuita. A vacina também é trivalente e protege os três principais sorogrupos da influenza que circulam na região.”
Vale lembrar que a imunização da influenza é especialmente importante para grupos de risco devido ao aumento das chances de complicações de saúde. Sobre isso, a gerente de imunização do município de Aparecida de Goiânia, Renata Cordeiro, afirmou ao O HOJE que apenas uma pequena parcela dessa população em Aparecida não procurou se proteger. De acordo com ela, apenas 70% das crianças do município se imunizaram, enquanto isso, apenas 50% dos idosos também estão protegidos e somente 25% das gestantes tomaram a vacina.
Contudo, devido ao óbito registrado no município nessa terceira semana de outubro, uma alta procura do imunizante esvaziou o estoque das vacinas que sobraram de campanhas anteriores. Contudo, já reforçaram o estoque com mais de 34 mil doses pela SES-GO para o município. E com o objetivo de proteger os menores, a saúde do município também iniciou um cronograma de vacinação nos CMEIS de Aparecida neste último dia 17 de outubro, que segue até o dia 21 de novembro, onde depois deve ser levado para a vacinação nas escolas do município.
Devido a essa baixa procura, Renata também alerta que há outras doenças no calendário vacinal que também demandam a atenção. “Queremos chamar a atenção para outras doenças que antes eram controladas [pela vacinação] mas que podem voltar sem a devida proteção como a poliomielite, coqueluche e sarampo.”