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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Trânsito de Goiânia

Goiânia completa 4 meses sem radares de fiscalização de trânsito

Goiânia enfrenta crise de segurança no trânsito com a ausência de radares de fiscalização.

Postado em 22 de outubro de 2024 por Renata Ferraz
Trânsito
Foto: Divulgação/ Alexandre Paes | O Hoje

Goiânia atravessa um momento peculiar em sua gestão de trânsito. Desde o dia 14  junho de 2024, a cidade se encontra sem radares de fiscalização.  Completando 4 meses sem os equipamentos, isso ocorreu após o vencimento do contrato com a empresa responsável Eliseu Kopp Ltda, que era a prestadora do serviço. Essa situação, além de criar uma lacuna na segurança viária, levanta discussões sobre a eficácia das medidas adotadas para garantir o respeito às leis de trânsito.

 A redação do O Hoje entrou em contato com a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), que em nota, a pasta informou que uma nova licitação está em andamento para a aquisição de novos equipamentos, com a expectativa de conclusão até o dia 22 de outubro. Enquanto isso, a fiscalização permanece sob a responsabilidade dos agentes de trânsito, que estão atuando em diferentes regiões da capital e realizando campanhas específicas.

A SMM destaca que a ausência dos radares não resulta na total desconsideração das normas de trânsito. “Esclarecemos que há uma licitação em andamento para aquisição de novos equipamentos, onde foram respondidos todos os pedidos de impugnação e segue dentro dos trâmites normais”, declarou a secretária. Além disso, enfatiza que a fiscalização continua ativa com a presença dos agentes, que têm realizado operações temáticas, com outras autuações fora desses temas que ainda podem ocorrer.

Entretanto, a ausência de radares levanta preocupações sobre a segurança no trânsito da cidade. Marcos Rothen, Engenheiro de trânsito e também especialista em mobilidade urbana, alertou sobre as consequências dessa retirada: “A principal forma de fiscalização do trânsito em Goiânia é baseada no uso de radares. O número de agentes é muito pequeno para atender todos os problemas da capital. Com a retirada dos radares, é como se a fiscalização diminuísse mais de 50%”.

O especialista também observou que a presença dos dispositivos eletrônicos tem um efeito inibidor sobre o comportamento dos motoristas. “É amplamente comprovado que muitos motoristas e motociclistas têm um comportamento diferente quando estão próximos aos radares. Assim que percebem a sua ausência, começam a desrespeitar as leis de trânsito”.

Os dados são alarmantes. Rothen compartilha sua experiência com a fiscalização de velocidade, e em um dos testes feitos em conjunto com o Instituto Federal de Goiás (IFG) , ele apresenta dados sobre as imprudências no trânsito: “Quando os motoristas veem os radares, todos respeitam o limite. Sem a presença dos dispositivos, muitos excedem os limites, alguns chegando a quase 100 km/h em áreas onde a velocidade máxima é 80 km/h. Em zonas com limite de 40 km/h, motoristas chegam a 60 km/h”. 

Ele ainda destaca que essa impunidade não apenas provoca desrespeito às normas, mas também aumenta consideravelmente o risco de acidentes, uma vez que maiores velocidades estão diretamente relacionadas à gravidade das colisões.

Rothen destaca que a engenharia de tráfego tem como um dos principais objetivos a eliminação das situações de risco. “As principais causas de acidentes são conhecidas e devem ser evitadas. Entre elas, estão o avanço de sinal e o excesso de velocidade. As estatísticas de acidentes são apenas um indicativo; muitos acidentes não chegam a ser registrados”. 

Ele reforça que a retirada dos radares tem contribuído para o aumento das situações de risco nas vias, um cenário preocupante que exige atenção das autoridades.

Leia mais: Desligamento de radares gera polêmica e aumento de infrações no trânsito

A situação se agrava ainda mais quando se considera a necessidade de um trânsito seguro para todos os cidadãos. Com a queda na fiscalização, motoristas podem se sentir encorajados a adotar comportamentos irresponsáveis, comprometendo não apenas sua segurança, mas também a de pedestres e outros motoristas. A falta de um sistema de monitoramento eficaz, como os radares, deixa uma lacuna significativa na estratégia de segurança viária da capital goiana.

À medida que o dia 22 de outubro  se aproxima, os goianos esperam que os  novos equipamentos sejam adquiridos, e a volta a fiscalização que, segundo especialistas, é fundamental para garantir a segurança nas ruas. 

A SMM ainda destaca que os motoristas não devem se atentar somente as radares de trânsito ,mas sim ter consciência ao dirigir pelas vias da capital, “ Portanto, a recomendação da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) é que os usuários da via pública obedeçam a sinalização porque é este comportamento que irá diminuir a violência no trânsito da Capital”. 

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