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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Saúde

Saúde intensifica combate à dengue com a chegada das chuvas

A pasta disponibiliza postos de vacinação com o imunizante da dengue em todos os 246 municípios, mas há baixa adesão à segunda dose preocupa.

Postado em 22 de outubro de 2024 por Ronilma Pinheiro
Legenda 1: A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) já planeja as ações de combate ao vetor e de conscientização para os próximos dias. Fotos: Divulgação/SES-GO.

Com a chegada do período chuvoso e aumento das temperaturas, o clima fica mais propício para a incidência de casos de dengue. Por isso,  a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) já planeja as ações de combate ao vetor e de conscientização para os próximos dias. A informação foi dada pelo coordenador de arboviroses da SES-GO,  Murilo do Carmo, nesta quinta-feira (17). “Nós estamos atualizando o plano de contingência, carta norteadora que o Estado baseia as ações”, disse.

Estas ações variam entre dispensação de medicamentos para os municípios, envio antecipado de insumos e produtos químicos para as regiões de saúde. Outro aspecto que faz parte das atividades desenvolvidas nesse período é a disponibilização de leitos via regulação.

Além disso, com o intuito de começar o período chuvoso de forma preventiva, há também o trabalho de monitoramento de risco com o corpo de bombeiros que é fundamental. “Nós temos feito esse trabalho como um todo, publicação de mídias, alerta à sociedade, para a gente tentar começar esse período chuvoso de maneira menos intensa”, afirma o coordenador.

Atualmente circulam em Goiás quatro sorotipos do vírus da dengue, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cerca de 75% dos elementos virais em Goiás são referentes ao sorotipo 2, segundo o coordenador.

Esse é um tipo de vírus que historicamente está associado à maior procura pela rede assistencial, já que é mais agressivo do que os demais. Além disso, a maior circulação desse vírus possibilita que haja mais casos relacionados a ele.

Os principais sintomas da dengue transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, são: febre, intensa dor no corpo e dor ao redor dos olhos. Como os sinais se assemelham com os da gripe e covid-19, o especialista orienta que o paciente infectado com o vírus da dengue fique atento para não confundir os sintomas.

Murilo do Carmo ressalta que o principal diferencial entre os sintomas dessas doenças se dar quando há complicações no trato respiratório. “Por exemplo, com a covid e dengue, a gente acaba tendo tosse e muitas vezes, secreções nasais, o que não acontece em casos de dengue”. 

Reforça ainda que existem alguns indicadores de risco para casos graves, como vômitos persistentes, sangramentos e dores na região do abdômen. 

Pessoas hipertensas ou diabéticas são mais suscetíveis à dengue hemorrágica e precisam procurar as unidades de saúde assim que os sintomas começarem a aparecer. Mulheres com um fluxo menstrual intenso também fazem parte deste grupo.

Em relação ao grupo de risco, mais de 80% das ocorrências de óbitos atualmente no Estado, são de pessoas que têm comorbidade, entre elas hipertensos e diabéticos. Além desses, aqueles com cardiopatias, doenças hematológicas como anemia falciforme, também fazem parte desse índice. “Estas pessoas que fazem parte do grupo de risco e que, quando acometidas com sinal de gravidade precisam ser monitoradas”, afirma.

Cuidados e prevenção

Para aqueles que não têm a vacina como aliada, a solução continua sendo a prevenção a partir do combate ao vetor do mosquito que transmite a dengue, Aedes Aegypti. Murilo lembra que o mosquito vem sofrendo mutações ao longo dos anos e por isso, a atenção precisa ser ainda maior.

“Antigamente havia a procriação apenas em água limpa, hoje a gente consegue ver em água com baixo teor de oxigênio e muita matéria orgânica, até em água suja ele consegue se procriar”, comentou.

Assim, é preciso não só fechar a caixa d’água, mas vedá-la também; conversar com os vizinhos sobre estratégias de combate e telar os ralos. Além disso, é importante ficar atento às folhagens que se acumularam durante o período de estiagem e aos imóveis fechados que apresentam riscos.

Dados do painel de monitoramento das arboviroses da SES mostram que há 303.009 casos confirmados de dengue no Estado e 415.893 notificações da doença. Em 2023, o número de confirmações da doença foi de 58.022, com 101.122 casos notificados. O aumento em comparação aos dois anos foi de 311% em 2024.

Mais de 65% ainda não tomaram a Qdenga 

Atualmente tem postos de vacinação com a Qdenga – imunizante que protege contra a dengue – em todos os 246 municípios. A vacina é disponibilizada para crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos. O Ministério da Saúde recomenda a vacinação para o público de 10 a 14 anos, mas em Goiás a ampliação da faixa etária ocorreu no dia 2 de maio deste ano.

“Nós vamos iniciar o período chuvoso, o que torna ainda mais necessário fazer com que os pais tenham a ciência de que se trata de uma vacina que tem uma efetividade muito boa e que apresenta uma redução de 95% da ocorrência de casos graves”, alerta o coordenador.

“Nós não tivemos nenhum óbito na faixa etária da vacina com pessoas vacinadas, então isso é de extrema importância”, acrescenta o especialista, ao demonstrar preocupação com a baixa adesão à segunda dose da vacina.

De acordo com a SES-GO, foram aplicadas um total de 296.899 doses da vacina contra a dengue na faixa etária de 4 a 59 anos de idade, sendo 231.213 como 1ª dose  e 65.686 como 2ª dose. Desse grupo elegível ainda não retornaram para tomar a 2ª dose 125.226 pessoas, o que representa 65,60%.

Ainda segundo a pasta, na faixa etária de 10 a 14 anos de idade, foram aplicadas um total de 176.430 doses do imunizante, sendo 134.699 com 1ª dose e 41.731 com 2ª dose. Desse grupo, 78.937 mil  crianças e adolescentes ainda não retornaram para tomar a 2ª dose, o que representa 65,42%.

A orientação da SES para os municípios goianos é que diversifiquem as estratégias de vacinação para alcançar a maior cobertura vacinal possível, como a criação de horários alternativos de abertura dos postos, busca ativa nas residências, vacinação nas escolas quando possível, entre outras. Porém, vale lembrar que os municípios possuem autonomia na definição das estratégias de vacinação que melhor atendam a sua realidade. 

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